Resumo |
Introdução: A obesidade é caracterizada, dentre outros fatores, pela inatividade física e o aumento da ingestão calórica, sendo um importante fator de risco cardiometabólico. A castanha-do-brasil é um alimento nativo da Amazônia, rico em fibras, lipídeos monoinsaturados e poli-insaturados e em selênio, que possui notável função antioxidante. Diante desse cenário, estratégias que visam conter o crescente avanço da obesidade se faz necessário. No entanto, o efeito da castanha-do-brasil associada a dieta restrita em calorias ainda é pouco explorado na literatura científica. Objetivo: Avaliar o efeito do consumo de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K) associada a dieta restrita em calorias por oito semanas em marcadores antropométricos e de composição corporal de mulheres adultas em risco cardiometabólico. Material e Métodos: Trata-se de um ensaio clínico com mulheres adultas em risco cardiometabólico recrutadas na cidade de Viçosa, Minas Gerais. Após recrutamento e seleção, as participantes elegíveis receberam 2 unidades de castanha-do-brasil acompanhada por uma dieta restrita em calorias (-500 kcal) por 8 semanas. Ao início e ao final do período de intervenção, as participantes compareceram à Divisão de Saúde da UFV pela manhã após jejum noturno (10-12h) para coleta de sangue e avaliação da composição corporal por meio do dual-energy x-ray absortiometry (DEXA). Em seguida, as participantes foram orientadas a comparecer ao Laboratório de Metabolismo Energético e de Composição Corporal para aferição de medidas antropométricas (peso, altura, perímetro da cintura, quadril e do pescoço) e avaliação do consumo alimentar por meio da aplicação de um recordatório alimentar de 24 horas. As participantes foram orientadas a manter o mesmo nível de atividade física e uso de medicamentos durante toda a intervenção. O produto de acúmulo de lipídeos (LAP) e o índice de adiposidade visceral (VAI) também foram calculados. O teste t pareado foi utilizado para avaliar o efeito da intervenção. As análises foram realizadas no software SPSS versão 20.0 e um nível de significância de 5% foi adotado. Resultados: Um total de 25 mulheres com idade média de 33,9 (dp 7,6) anos e IMC de 33,4 (dp 4,3) kg/m² foram avaliadas. O peso, IMC, perímetros do quadril, da cintura, do pescoço, massa gorda da região androide (%) e massa gorda total (%) diminuíram após o tratamento. Por outro lado, a massa livre de gordura do corpo total (%) e a massa magra do corpo total (%) aumentaram após o tratamento. O LAP e o VAI não foram afetados pela intervenção. Conclusão: O consumo de castanha-do-brasil no contexto da restrição calórica reduziu marcadores de adiposidade e aumentou massa magra e massa livre de gordura em mulheres em risco cardiometabólico. Ao que tudo indica, indivíduos em situação de obesidade podem se beneficiar dos efeitos do consumo de castanha-do-brasil associado a dieta restrita em calorias. |