Resumo |
Introdução. As questões sobre a origem da vida têm intrigado a humanidade e impulsionado cientistas a propor e recriar as condições de aparecimento dos primeiros seres vivos na Terra. Diferentes tentativas de reconstrução dos eventos subjacentes à emergência da vida têm sido propostas, particularmente aquelas que consideram o percurso dos elementos simples aos sistemas bioquímicos mais complexos. Objetivo. Revisar o estado da arte sobre a origem da vida, com ênfase nos aspectos da química primordial do Planeta Terra e nas prováveis formas de vida originárias. Métodos. Empreendeu-se revisão da literatura com estratégia de busca definida, incluindo publicações até 30/06/2022, com consulta às bases ScienceDirect (SD) [sciencedirect.com] e PubMED (PM) [pubmed.ncbi.nlm.nih.gov], utilizando-se descritores do DeCS [decs.bvs.br] (tradicionalmente vinculado ao campo da saúde, mas utilizado neste trabalho para uma primeira delimitação da pesquisa): (1) “Origin of Life”; (2) “Planet Earth”; (3) “Biochemistry”; e (4) “Cells”. As seguintes estratégias de busca foram montadas: I - (1) + (2) + (3) (SD: 92 citações, PM: 38 citações); II - (1) + (2) + (4) (SD: 220 citações, PM: 34 citações). Resultados. Foram identificadas 384 citações bibliográficas, com a escolha preliminar de cinco artigos – selecionados com vistas à abordagem do objetivo supramencionado – para compor a presente comunicação [Proc Natl Acad Sci USA 2022, 119: e2106655119; Chembiochem 2021, 22:114-9; Chembiochem 2020, 21:3504-10; Biology Direct 2015; 10: 1-15; Adv Space Res 1992, 12:143-156]. Os textos escolhidos apontam para uma miríade de estudos atuais, os quais se centram, especialmente, nos seguintes temas: seres vivos primevos (protobiontes, arqueobactérias, eubactérias); fatores ambientais determinantes da origem da vida em ambientes extremos; e alta complexidade físico-química na Terra primordial. A vida surgiu há aproximadamente 3,8 bilhões de anos a partir de arranjos constitutivos do planeta, à época. Os processos transcorridos desde estes componentes, passando pela síntese de aminoácidos e proteínas até o primeiro ser autorreplicante, permanecem sob investigação. A possibilidade de evolução da vida em ambientes extremos coloca as pesquisas com os extremófilos como significativa fronteira de estudo. Conclusão. A presente comunicação expõe os dados preliminares de revisão da literatura sobre os primórdios da vida. As muitas dúvidas sobre o surgimento dos primeiros seres vivos na Terra têm sido abordadas, especialmente, a partir do ambiente terreno ancestral e dos mecanismos de persistência em condições atualmente consideradas extremas. Os estudos sobre tais temáticas têm díspares implicações – científicas (avanço do conhecimento no âmbito da Astrobiologia), tecnológicas (desenvolvimentos de novas técnicas) e éticas (responsabilidade humana em relação a outras formas de existência) – e muito provavelmente serão úteis para o eventual esclarecimento do grande enigma da origem da vida. |