“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17422

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Thamires Fernanda Ramalho Marques
Orientador TATIANA SCHMITZ DUARTE
Outros membros ANA CAROLINA DE SOUZA MATEUS, FABIANA AZEVEDO VOORWALD, HUANA GOUVEA DE ARAUJO, ISABELA PORTO VELOSO
Título Complicações sistêmicas e cirúrgicas secundárias à babesiose em Lhasa Apso com fratura de ílio bilateral
Resumo A babesiose é causada por um hemoprotozoário do gênero Babesia, sendo que as espécias B. gibsoni e B. canis possuem capacidade de infectar o cão. Esse agente infeccioso vai se multiplicando dentro das hemácias do hospedeiro, causando a destruição das mesmas. Essa hemólise desencadeada é chamada primária, pois é causada pela própria multiplicação do protozoário, mas há também uma hemólise secundária à estimulação do sistema imunológico mobilizado pela infecção, gerando a anemia hemolítica imunomediada. Objetiva-se relatar o caso de uma fêmea canina, da raça Lhasa Apso, 10 kg e 5 anos que foi atendida com histórico de atropelamento. Ao exame físico e ortopédico, observou-se possível fratura em pelve, sendo realizada radiografia e identificada fratura de corpo de ílio direito e esquerdo, de púbis esquerdo e em ramo de ísquio e em corpo de ísquio esquerdo. Foram realizados exames de hemograma (evidenciou trombocitopenia de 160.000) e bioquímicos (não apresentaram alterações). O exame ultrassonográfico abdominal evidenciou fígado hipoecogênico e rins com sinal de medular e nefrocalcinose discreta. A paciente foi internada para controle de dor, monitoração dos parâmetros fisiológicos e intervenção cirúrgica nos dias subsequentes. No dia seguinte ao trauma, a paciente iniciou quadro de hematoquezia, apatia e icterícia, sendo tratada com metronidazol e ceftriaxona. Com evolução negativa do quadro clínico e novos exames evidenciando hematócrito de 13%, leucocitose de 36.600 por neutrofilia e monocitose, desvio de 29% e trombocitopenia de 26.000, realizou-se cultura e antibiograma de fezes que evidenciaram crescimento de Proteus mirabilis sensível apenas ao meropenem. Frente a esses resultados, suspeitou-se de sepse e anemia hemolítica autoimune. Foi realizada transfusão sanguínea e iniciou-se a antibioticoterapia com meropenem e tratamento com prednisolona em dose imunossupressora. Após 24h do novo tratamento, a paciente apresentou melhora no hematócrito (23,8%) e quadro clínico, e foi encaminhada para cirurgia de osteossíntese de corpo de ílio direito e esquerdo, dez dias após atendimento inicial. Realizou-se sorologia para possíveis hemoparasitas, que resultou em IgM e IgG reagentes para Babesia sp. A paciente foi submetida à tratamento com dipropionado de imidocarb. Acredita-se que o quadro severo de hematoquezia, hemólise e sepse ocorreu secundariamente à infecção crônica por Babesia sp, que agudizou após o trauma severo e consequente síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), favorecendo à translocação bacteriana intestinal e consequente contaminação hematógena, e ausência de resposta significativa da paciente aos tratamentos instituídos, impossibilitando a intervenção cirúrgica precoce. Conclui-se que a babesiose foi determinante para as complicações sistêmicas desencadeadas na paciente, impossibilitando o tratamento cirúrgico imediato e, consequentemente, favorecendo o surgimento das complicações decorrentes da fratura em pelve.
Palavras-chave pelve, cão, anemia hemolítica imunomediada
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
Gerado em 0,65 segundos.