Resumo |
Introdução: Extratos animais têm apresentado alto potencial para ajudar no processo de cicatrização. Neste contexto, o desenvolvimento de formulação terapêutica à base de peptídeo de extrato da pele rã-touro pouparia custos aos sistemas de saúde e aos próprios pacientes. Objetivos: Investigar o efeito de peptídeos obtidos da pele de Lithobates catesbeianus no processo de cicatrização de feridas. Materiais e Métodos: Foi preparado uma hidrólise enzimática por tripsina da pele de Rã-touro e fracionado por extração em fase sólida. Após ensaios in vitro, a fração F4 foi escolhida e utilizada nas concentrações 3,125 µg/mL (L1) e 25 µg/mL (L2) para os ensaios in vivo. 42 camundongos BALB/c (Mus musculus) (machos, 35 ± 1g e 12 semanas de idade), foram obtidos do Biotério Central (UFV), e submetidos a um período de ambientação de 7 dias com água e alimento ad libitum. Em seguida, os animais foram anestesiados com uma injeção intraperitoneal de pentobarbital sódico e foi realizada a tricotomia dorsolateral dos animais, com limpeza da área com álcool 70%. Com uma tesoura cirúrgica, foi feita uma única ferida na região dorsal de aproximadamente 12mm2 (Dia 0). Os animais foram randomizados em três grupos com 14 animais em cada grupo: C (água destilada, controle), L1 (peptídeos extraídos de pele de rã-touro na concentração de 3,125 µg/mL em água destilada) e L2 (peptídeos extraídos de pele de rã-touro na concentração de 25 µg/mL em água destilada). Durante 12 dias, foi feita a administração tópica dos tratamentos uma vez ao dia em um volume de 25 µL por ferida. No dia 6, metade dos animais de cada grupo foi anestesiada, realizou-se biópsia do material cicatricial e em seguida os animais foram eutanasiados. Ao final do dia 12, repetiu-se este processo com a outra metade dos animais de cada grupo. A área e a taxa de contração da ferida foram avaliadas a cada 6 dias, por meio de imagens digitais obtidas por um smartphone LG-M400 (LG Electronics, Busan, KOR) e sempre utilizando o mesmo suporte, afim de garantir que fossem obtidas a uma mesma distância. As medições das áreas das feridas foram analisadas por meio do software ImageJ versão 1.53a (National Institutes of Health, Rockville, MD, EUA). A taxa de contração da ferida foi calculada pela razão: área inicial da ferida (Ao) – a área em um determinado dia (Ai)/área inicial da ferida (Ao) x 100. Resultados: Os grupos tratados com peptídeos da fração F4 nas duas concentrações avaliadas (3,125µg/mL e 25µg/mL) obtiveram áreas de ferida significativamente menores em comparação ao grupo controle no dia 12 pós-lesão. A taxa de contração da ferida foi maior no dia 12 no grupo L2 (87,52 ± 2,75%) seguido por L1 (71,56 ± 4,45%) em comparação com o grupo controle (58,92 ± 7,06%). Conclusão: A Fração F4 do hidrolisado de tripsina da pele de rã-touro promoveu a aceleração do fechamento da ferida tendo melhor resultado na concentração de 25µg/mL. |