Resumo |
A floresta Amazônica tem papel fundamental no clima da América do Sul uma vez que ela fornece grande quantidade de umidade que contribui para as chuvas lo-cais. Nas recentes décadas a floresta vem sendo explorada de forma indevida e teve grande parte de sua vegetação primária removida, o que torna o clima local mais seco e agrava as mudanças climáticas. As terras exploradas, quando se tornam improdutivas devido à ausência de manejo adequado, são abandonadas, de forma que a vegetação pode recrescer naturalmente e a esse tipo de vegetação damos o nome de vegetação secundária. O crescimento da vegetação secundária pode restaurar, em parte, alguns serviços ecossistêmicos fornecidos pela floresta, o que ganha grande importância no contexto das mudanças climáticas. O objetivo desse trabalho é avaliar o clima onde a vegetação secundária está inserida, de forma a avaliar se o envelope bioclimático das regiões onde há regeneração florestal é favorável para a manutenção da floresta tropical perene. Caso não seja favorável a vegetação secundária pode cair para classes de savana o que é inviável para o bioma. A presença da vegetação secundária, de 1987 a 2018 é disponibili-zada pelo Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) com resolução espacial de 30 metros. Os dados de precipitação são advindos do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS), de 1981 até o presente, com resolução espacial de ~5 km. A análise da relação entre o tipo de vegetação e o clima é realizada através do diagrama bioclimático de Malhi et al., 2009. Assim, a partir de evidências recentes na literatura e dados observados na região, é possivel observar que o crescimento da vegetação secundária está potencialmente ocorrendo em locais onde o estresse hídrico anual vem aumentando, de forma que o clima pode não ser adequado ao crescimento de espécies arbóreas como as presentes na vegetação primária, comprometendo a estabilidade bioclimática da região. |