Outros membros |
Carla de Oliveira Loures, Danilsy Cornélio Pereira, Isaac Andres Mora Obando, João Victor Chaves Silva, Luciana da Cunha Arruda, Michelle Lucia Diniz Melo, Thaís de Araújo, Victória Kanadani Campos Poltronieri |
Resumo |
A maceração fetal é uma patologia de origem infecciosa que cursa com a desintegração do feto (gestação acima de 4 meses em bovinos) e não foi abortado. A infecção geralmente se dá por via hematógena, sendo mais frequentemente causado por infecção bacteriana. Uma fêmea bovina, 1/2 sangue holandesa de 2 anos e 11 meses, gestante de 120 dias foi atendida em janeiro de 2022 no Setor de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (Campus Florestal), Florestal, MG, . O animal era mantido em sistema semi-extensivo de criação. Ao exame ginecológico por meio da palpação e ultrassonografia transretal o foi observada a presença anormal de estruturas na região de cérvix, corpo e cornos uterinos com ecogenicidade e consistência semelhante a tecido ósseo. Ademais, o útero se apresentava repleto de liquido de ecogenicidade aumentada e com espessamento endometrial. Durante a realização do exame e manipulação do trato genitourinário foi observado secreção serosanguinolenta na comissura vulvar. Por se tratar de um processo infeccioso, e o risco de contaminação da cavidade abdominal durante os procedimentos em caso de indicação de cesariana e posterior peritonite, optou-se pela indução do aborto com fármacos exógenos. Para tanto aplicou-se por via intramuscular, 5 mL de cipionato de estradiol (Cipiotec® Agener União Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil) na concentração de 1 mg/1 mL e 3 mL de cloprostenol sódico (Estron® Agener União Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil) na concentração de 0,263 mg/1mL. Após 24 horas o protocolo farmacológico foi repetido e 5 mL de ocitocina (Lactocina® -JA Saúde Animal, Patrocínio Paulista, SP, Brasil) administrados. Após 48 horas da aplicação hormonal, o útero foi massageado e a cérvix manipulada com o objetivo de retirada do conteúdo fetal macerado. A retirada manual não foi possível devido à presença de estenose cervical e consequente não abertura cervical em resposta ao tratamento hormonal, sendo o animal destinado ao abate. Esse caso descreve uma patologia reprodutiva pouco frequente que apresenta maior prevalência em animais de aptidão leiteira. |