Resumo |
Os estímulos proporcionados, através da brincadeira, intensificam a neuroplasticidade, contribuem com os processos de desenvolvimento neuropsicomotor e socioafetivo e contribuem com o processo de crescimento e desenvolvimento de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nessa perspectiva, o estudo teve por objetivo elaborar, aplicar e avaliar se um programa de Jogos e Brincadeiras, ministrados remotamente, influencia positivamente na qualidade de vida, nas habilidades motoras e nas atividades da vida diária de crianças com TEA. Para tanto, optou-se por uma abordagem quali-quantitativa, do tipo pesquisa de campo com delineamento intrasujeito. As técnicas utilizadas foram: entrevistas, questionários, formulários e observações. Para selecionar a amostra do estudo foi realizada divulgação nas mídias sociais. Os pais ou responsáveis, por crianças com TEA, que demonstraram interesse em participar, foram convidados para uma reunião pela plataforma do Google Meet, onde foram repassadas orientações sobre a pesquisa. Para coleta dos dados da amostra foram utilizados os seguintes instrumentos, aplicados pela pesquisadora de forma online: questionário com questões básicas sobre a atual condição da criança e seu diagnóstico; questionário sócio-econômico; entrevista semiestruturada com questões abertas elaboradas a partir do questionário KIDSCREEN para analisar a qualidade de vida das crianças na perspectiva dos pais; escala de atividades de vida diária. Compuseram a amostra 11 crianças com o diagnóstico de TEA com idade entre 2 e 10 anos. A pesquisa aconteceu em ambiente virtual por meio do Google Meet e o link das intervenções foi enviado aos pais ou responsáveis com 30 minutos de antecedência da sessão. Foram feitas 15 sessões, 3 vezes por semana, com duração de 60 minutos. Os planos de aulas foram elaborados de acordo com a classificação de jogos de Wallon. Até o presente momento, as análises dos dados apontam que as crianças que tiveram 100% da frequência nas sessões apresentaram melhorias nas avaliações referentes ao equilíbrio, ao esquema corporal, à criatividade, à estruturação espaço-temporal, à coordenação motora fina e grossa. Foram verificadas também melhorias nas atividades da vida diária, conseguindo realizar, sozinho ou com ajuda, tarefas domésticas, higiene pessoal, trocas de roupas e preparação de alimentos. Melhorias na qualidade de vida foram relatadas pelos pais, que observaram ganho de autonomia nos filhos e de capacidades motoras, sociais e cognitivas. Dessa forma, a partir dessa análise preliminar, é possível inferir que um programa de jogos e brincadeiras, mesmo quando realizado de forma online, contribuiu para minimizar os déficits motores e relativos às atividades de vida diária, com ganhos na qualidade de vida, de crianças com TEA |