Resumo |
Diversos efeitos dos metais pesados sobre a saúde humana são conhecidos a bastante tempo, sendo considerados uma ameaça para o bem-estar. Isso porque a exposição a metais tóxicos vem se tornando um problema para saúde pública global em razão de seus potenciais efeitos deletérios a saúde humana. Através do uso de combustíveis, resíduos humanos, e principalmente atividades industriais, estes são despejados no ambiente direta e indiretamente, fazendo com que sejam comumente encontrados no meio ambiente. A exposição humana a esses tóxicos ocorre principalmente através da água potável contaminada, afetando cerca de 100 milhões de pessoas no mundo. Dentre os diversos metais podemos destacar o níquel (Ni). Devido à sua capacidade de bioacumulação e toxicidade, o Ni pode ser classificado como um metal pesado. Dependendo da dose, tempo e via de exposição, o contato com compostos de níquel pode causar efeitos adversos à saúde humana. Objetivamos avaliar se a exposição ao Ni na água de beber é capaz de causar danos ao parênquima renal em ratos Wistar adultos. Para isso foram utilizados 10 animais com 70 dias de idade, os quais foram divididos aleatoriamente em 2 grupos experimentais (n=5): sendo grupo controle, com acesso a solução salina (0,9%) como água de beber e o grupo Ni, com acesso à solução de 7mg/L-1 de cloreto de níquel como água de beber. Após 70 dias de tratamento, os animais foram pesados e eutanasiados (CEUA n° processo 45/2021). Os rins foram coletados, dissecados, fragmentados, fixados em solução de formalina tamponada a 10%, desidratados em série crescente de etanol, diafanizados em xileno e levados para inclusão em parafina. Secções de 5 µm foram obtidas em micrótomo e os fragmentos obtidos corados com hematoxilina e eosina para análise do tecido. Imagens digitais das secções histológicas foram obtidas utilizado-se fotomicroscópio para realização de análises estereológicas do parênquima renal. Através do software ImageJ, a proporção dos componentes do parênquima foi obtida, sendo marcados pontos sobre os corpúsculos renais, túbulos, interstício e vasos sanguíneos. As médias obtidas foram comparadas entre os grupos usando o teste t de Student (p < 0,05) e os resultados foram expressos como média ± desvio padrão da média. A proporção de interstício foi menor nos animais expostos ao níquel (1,52 ± 0,44) quando comparado aos animais saudáveis (4,70 ± 0,47). Por outro lado, a proporção de corpúsculos renais foi maior nos animais contaminados (8,78 ± 1,16) quando comparado aos animais controles (6,37 ± 1,13). A proporção de túbulos e vasos sanguíneos não foi alterada. Assim, foi possível determinar que a exposição ao Ni afeta a histologia renal, alterando a proporção da unidade funcional do rim. |