Resumo |
Introdução: O acompanhamento nutricional de pessoas com deficiência (PCD) é imprescindível considerando as demandas distintas inerentes aos cuidados com a alimentação e hidratação que se descortinam nas peculiaridades dos casos. A contribuição das avaliações nutricionais periódicas possibilita estabelecer diagnósticos de acordo com as referências especializadas; priorizar o atendimento aos casos mais graves; e, (re)avaliar as respostas individuais para adequar as orientações nutricionais à correspondência do atendido, fomentando estratégias para superação das barreiras sociais. Objetivos: avaliar o estado nutricional por Classificação Internacional de Doenças (CIDs) dos pacientes atendidos na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Centro Especializado em Reabilitação III (APAE/CER III) de Viçosa – Minas Gerais. Metodologia: O peso e estatura foram aferidos por meio de balança antropométrica e estadiômetro fixo de parede ou balança eletrônica pediátrica e infantômetro portátil, respectivamente. Esses dados foram classificados de acordo com a literatura especializada para cada CID ou referendada pela OMS. Resultados: Foram avaliados 72 indivíduos, com idade de 05 meses a 59 anos, que tinham 18 diferentes tipos de deficiências. Quanto ao estado nutricional, 51,5% estavam eutróficos, 29,7% deles apresentavam baixo peso e 18,8% sobrepeso ou obesidade. Entre os pacientes com Transtornos do Espectro do Autismo, que juntos somaram 22,2% do total de atendidos, foi notado que 70% estavam eutróficos, 20% com sobrepeso ou obesidade e 10% com baixo peso. Considerando a Síndrome de Down (11,1% dos pacientes atendidos), 43,9% estavam com sobrepeso ou obesidade, 41,8% eutróficos e 14,3% estavam com baixo peso. Nos pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral (AVC), que corresponderam a 11,1%, observou-se que 62,5% estavam eutróficos, 25% com sobrepeso ou obesidade e 12,5% apresentavam baixo peso. Conclusões: a prevalência de eutróficos, em CIDs diferentes, sinaliza a importância do acompanhamento nutricional providos aos PCD, ainda que se defronte com inadequações do estado nutricional que apontam a necessidade de outras intervenções ou de aprofundamentos na relação desses pacientes com o alimento. Os achados de sobrepeso e obesidade relativos à Síndrome de Down corroboram com a literatura, contudo, a condição de estar “sem excesso de peso” precisa ser contextualizada por apontar resultados de interesse ao setor de nutrição das APAEs e, neste estudo, notoriamente 56,1% corresponderam a essa informação. O suporte provido pela assistência nutricional indica a importância da educação em saúde para promoção de hábitos alimentares saudáveis e manutenção do estado nutricional desse perfil de pacientes que demanda posturas de acolhimento distintas em atenção genuína. |