Resumo |
O sensoriamento remoto fornece inúmeros produtos que auxiliam no monitoramento da cobertura vegetal. Desde 2011 existe um convênio entre a CMPC Celulose Riograndense e o Laboratório de Restauração Florestal da UFV (LARF) onde tem sido realizada a restauração florestal de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em hortos florestais da empresa. No Horto Tarumã, localizado em Pantano Grande, RS as APPs receberam no período de outubro de 2012 a dezembro de 2013 o plantio e a manutenção das mudas de espécies nativas plantadas em núcleos. Afim de realizar um monitoramento remoto eficiente sobre a situação passada e atual da cobertura florestal das APPs deste horto, buscou-se estabelecer relações entre o crescimento das árvores e a evolução temporal do NDVI. Para este estudo, foi feita uma análise temporal dos anos (2005-2010-2015 e 2020) utilizando o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI). Para chegar a resultados satisfatórios e confiáveis destes números, bem como a melhoria da separação vegetação e solo, foi necessário a realização de fusão de imagens, método que visa a melhoria de qualidade e resolução da imagem. A fusão foi feita pela imagem LandSat 5, sensor TM obtida no site da USGS com a imagem CBERS 4, obtida no site do INPE, sensor WPM. Como resultado dessa fusão foi gerada uma imagem com resolução espectral de 2m. Em seguida, foi calculado o NDVI através da fórmula: NDVI=(NIR-RED)/(NIR+RED). Este índice varia de -1 a 1, onde valores negativos ou próximos a 0 indicam áreas de pouca ou nenhuma atividade fotossintética; e valores próximos a 1 indicam presença de vegetação no local representado pelo pixel. Os valores registrados em 2005 foram baixos (-0,40 a 0,16), indicando baixo vigor vegetativo na maior parte das APPs; em 2010 os valores tiveram um considerável aumento se comparado ao ano de 2005. Os índices NDVI variaram de (0,02 a 0,38), ou seja, não foram observados valores negativos, o que indica aumento do índice vegetativo e avanço da restauração; para 2015, é bem visível o aumento da vegetação nas APPs do horto, os valores variaram de (0,001 a 0,54), refletindo o avanço da cobertura florestal nativa nas áreas de preservação permanente; por fim, em 2020 os valores para as APPs atingiram valores elevados (0,52 a -0,17), bem parecidos com o ano de 2015, porém com uma ligeira queda, que pode estar associado com a morte natural de espécies de Asteraceaem, popularmente conhecidas como vassouras, que tem ciclo de vida relativamente curto, além do valor negativo observado, que se refere à lagoa do horto, ou seja, a água não reflete valores positivos no NDVI, uma vez que não há vegetação. Diante disso, conclui-se que os índices de vegetação podem ser utilizados como método de monitoramento da restauração das APPs nos hortos florestais da empresa, e que no caso específico do Horto Tarumã o avanço da cobertura florestal reflete o sucesso da restauração através dos núcleos de mudas implantadas. |