“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17240

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Colégio de Aplicação - Coluni
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor LUISA BATISTA VALERIO DOS SANTOS
Orientador FABIO LUIZ RIGUEIRA SIMAO
Outros membros EVANDRO RODRIGUES SAMPAIO, LUIZA MARIA PEREIRA CAMPOS
Título Uma “ágora digital”, um Brasil paralelo: história pública e interpretações do passado no cenário político contemporâneo
Resumo Esse trabalho é fruto de uma pesquisa maior, cujo fio condutor é o estudo da História Pública no mundo contemporâneo. Chamamos “ágora digital” a esse espaço criado pelas mídias digitais, onde pessoas de diversas orientações, publicam, consomem e comentam fatos atuais com argumentos históricos que sustentam seus posicionamentos.
Entendemos que, ao mesmo tempo em que é um espaço de divulgação, a “ágora digital” permite também a produção e circulação de “inverdades”. Versões da história construídas de acordo com o interesse de quem as produz. E, mais que um lugar de produção de “inverdades”, a Internet é também um espaço de produção de “verdades”: narrativas que podem se tornar objeto de consumo e manipulação.
Três grupos vinculados se dedicaram aos temas da política, sociedade e produção cultural no Brasil. Nosso foco, em específico, voltou-se à produção histórica em documentários. Estudamos uma das maiores produtoras de história pública hoje no Brasil: a Brasil Paralelo. A partir da seleção de uma série de vídeos, analisamos o discurso e a relação entre história e memória que mobilizam. Queremos conhecer a maneira como o material é recebido pelos telespectadores e como a empresa alcançou o sucesso que tem atualmente.
Partindo da ideia de construir uma “verdadeira história do Brasil”, para além dos “vieses ideológicos” da historiografia acadêmica, como eles próprios salientam, a Brasil Paralelo procuram defender a ideia de um país exemplar e próspero através de uma história embasada em fatos, datas e nomes que “fizeram” o Brasil. Exaltam a cultura, mas não a sua diversidade. Fazem uma história sem conflitos, com forças que digladiam entre o bem e o mal. “Verdades” interessadas, onde se calam pessoas e culturas em favor de narrativas capazes supostamente indiscutíveis.
Cruzamos os materiais que analisamos com posicionamentos de historiadores e material acadêmico sobre o assunto para embasar nossa análise e crítica. Em “A Última Cruzada”, por exemplo, apesar da riqueza do conteúdo, as marcas narrativas de exaltação dos grupos que “construíram” o Brasil e o silenciamento de outros reduzem a potencialidade de um material que poderia situar o telespectador em uma história condizente com um país de carências e demandas. Em “Entre Armas e Livros”, outra vez a seleção exagerada acaba por deixar elementos importantes da história de lado para servir a uma narrativa cuja intenção não é problematizar, mas culpabilizar essa ou aquela cultura de ter destruído o país.
Concluímos, entre outras questões, que ao propor fazer a “verdadeira história do Brasil”, os produtores da Brasil Paralelo produzem uma narrativa distante da história-problema, deixando de fora as vozes do passado que hoje encontrariam eco nas lutas de diversos grupos sociais.
Palavras-chave Brasil Paralelo, Memória, História Pública
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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