Resumo |
O Paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex. Ducke) é madeira nativa da Amazônia muito utilizada para a laminação e serraria, possui rápido crescimento em altura e diâmetro. Este elevado crescimento, porém, confere a madeira de Paricá uma baixa densidade média (0,40 g/cm³). Entretanto, a baixa densidade é uma característica benéfica para o setor de produção de briquetes, que objetiva transformar partículas em um sólido geométrico compacto com maior densidade e concentração de energia. A compactação da biomassa apresenta várias vantagens, como, possibilidade de utilização de resíduos, aumento do poder calorífico por unidade de volume, homogeneidade de forma e granulometria que melhoram a eficiência de queima, facilidade para manipulação, transporte e armazenamento dos briquetes. Os briquetes foram produzidos em briquetadeira de laboratório marca Lippel, modelo LB-32. O experimento foi instalado de acordo com um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com três temperaturas, 120, 160 e 180 °C e uma pressão de 100 kgf/cm2, totalizando 3 tratamentos com 5 repetições. O tempo de prensagem foi de 7 minutos, o tempo de resfriamento de 6 minutos. Foram utilizados 18 gramas de partículas para cada briquete. Foram determinados o teor de umidade (%) e densidade a granel (Kg/m³) das partículas. Após a produção dos briquetes determinou-se, a perda de massa (g), densidade aparente (Kg/m³), taxa de compactação e a densidade energética (Gj/m³). Como resultados, observou-se que não houve diferença estatística da umidade das partículas, sendo a umidade média de 8,58 %. A densidade a granel média das partículas foi de 104,501 kg/m³. Já a densidade aparente dos briquetes foi de 1126,89, 1172,58 e 1192,01 Kg/m³, para os tratamentos de prensagem a 120, 160 e 180 °C, respectivamente. Portanto, notou-se que para o tratamento com maior densidade (180 °C) houve uma taxa de compactação de 11 vezes o volume inicial, este tratamento, porém, teve a maior perda de massa (7,53 g). Isto pode ser explicado pela maior temperatura de prensagem, que contribui para a maior compactação das partículas, entretanto, durante a prensagem ocorre perda de massa principalmente pela evaporação de água e volatilização de extrativos durante este processo. A densidade energética relaciona a quantidade de energia contida em um volume específico, sendo um parâmetro que avalia o potencial energético dos briquetes. É uma propriedade que está diretamente relacionada com a densidade dos briquetes e o poder calorífico das partículas e, portanto, o tratamento de prensagem a 180 °C, que teve maior densidade aparente destacou nesta propriedade com densidade energética média de 20,22 Gj/m³. Concluindo, a densificação, independentemente da temperatura, de modo geral, aumentou o potencial energético das partículas. Além disso, de modo geral o aumento da temperatura promoveu um maior taxa de compactação e consequentemente em melhores propriedades energéticas dos briquetes produzidos. |