Resumo |
Campo rupestre (CR) é uma ecorregião subtropical montanhosa descontínua que ocorre em três diferentes biomas no Brasil: Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Esses ecossistemas são de grande importância ecológica e ambiental em razão da elevada biodiversidade e endemismo de plantas. Os solos dos CRs apresentam baixos teores de nutrientes e altos teores de alguns metais pesados. Esse fato faz da serapilheira um importante compartimento ambiental, devido a sua participação nos processos de reciclagem de nutrientes e retenção de água. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção e a partição de serapilheira em áreas de capão florestal em campos rupestres em diferentes litologias. Foram selecionadas áreas de vegetação florestal vegetação florestal sobre solo desenvolvido de canga ferruginosa e rocha quartzítica na Serra da Calçada, Nova Lima, MG. Em cada área foram coletadas 10 amostras de serapilheira, com auxílio de gabarito de 0,3 m x 0,3 m. No laboratório, as amostras de serapilheira foram separadas em folhas, galhos e material não identificado (MNI), secas em estufa de circulação forçada de ar e pesadas para determinar a massa de matéria seca. Os dados foram resumidos por meio de estatística descritiva e análise de componentes principais (PCA). Ainda, os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e as médias foram comparadas pelo teste de Wilcoxon (p < 0,05). A produção total e dos compartimentos da serapilheira não diferiram significativamente entre os ambientes. Para as duas áreas, os coeficientes de variação decresceram na seguinte ordem: galhos > folhas > MNI > produção total. Para os compartimentos, a produção de serapilheira decresceu na ordem MNI > folhas > galhos para o CRF e MNI > galhos > folhas para o CRQ. A produção total de serapilheira extrapolada para 1 ha foi de 13,6 e 15 t para o capão florestal no CRF e no CRQ, respectivamente. A PCA mostrou que o vetor que representa a produção de folhas está fortemente associado à primeira componente principal, ortogonal aos vetores da produção de galhos, MNI e produção total de serapilheira, que, por sua vez, estão associados à segunda componente principal. Ainda, a PCA indicou haver correlação entre as variáveis produção de galhos, MNI e produção total de serapilheira. A redução do conjunto de dados nas duas primeiras componentes explicou 91,6 % da variância total. O ambiente em que a vegetação florestal se desenvolve não interferiu na produção total e na partição da serapilheira. |