Resumo |
Os sarcomas de tecidos moles (STS) compreendem um grupo heterogêneo com dezenas de subtipos histológicos, possuem derivação mesenquimal e podem envolver estruturas de tecido conjuntivo, vísceras e tegumento. Apresentam uma taxa de sobrevida geral de aproximadamente 50% em 5 anos e de recidivas e metástases superior a 25%. Um diagnóstico preciso é essencial para o seu estadiamento, prognóstico e terapêutica apropriada. Para isso, a imuno-histoquímica (IHQ) tem revelado marcadores mais específicos que os tradicionais, como o VEGF, capaz de reconhecer substitutos de proteínas de alterações genéticas moleculares e pode ser a chave para o diagnóstico específico em amostras de biópsia ou punção aspirativa por agulha fina. A compreensão da célula neoplásica em sua fisiologia, expressão gênica e alterações genéticas é importante para a escolhe de uma terapêutica adequada. Além disso, humanos e cães manifestam a doença de forma semelhante, o que torna o cão um modelo de estudo para os humanos. Objetiva-se, com esse trabalho, mensurar, de forma quantitativa, a expressão de VEGF em sarcomas de tecidos moles caninos e fazer a sua relação com o grau histológico. Para isso, arquivos do Laboratório de Histopatologia Veterinária da Universidade Federal de Viçosa foram revisados entre os anos de 2017 a 2021 e foram coletadas 136 fichas de cães com sarcomas de tecidos moles. A idade dos pacientes variou entre 9 meses e 18 anos, sendo a maior prevalência (84 casos) em animais idosos, acima de 7 anos de idade. Todas as fichas foram analisadas e 10 amostras de cada grau histológico (grau I, II e III) foram selecionadas. Para a IHQ, o controle positivo utilizado foi o hemangiossarcoma, tecido que possui alta expressão de VEGF. Foi feito um protocolo piloto, com base no protocolo utilizado em tumores de mama, em que a recuperação antigênica foi feita com tampão citrato pH 6,0 a 95⁰C por 10 minutos. Após 30 minutos de resfriamento e três ciclos de imersão em água destilada por dois minutos, foi utilizado o bloqueador de peroxidase por 10 minutos. Os cortes foram lavados com água destilada e incubados com o bloqueador de proteína por mais dez minutos em temperatura ambiente. Os anticorpos primários anti-VEGF foram incubados por uma hora a 37ºC e lavados três vezes com PBS durante dois minutos cada. Os cortes foram incubados com o polímero por 20 minutos, lavados três vezes com PBS por dois minutos e incubados por cinco minutos com o cromógeno DAB e a contracoloração foi realizada com hematoxilina. As lâminas foram montadas e a avaliação foi feita de acordo com a intensidade da marcação e quantidade de células marcadas. Foi notado que o controle positivo e o grupo III não tiveram marcação visível, mostrando falha em algum ponto da técnica. Apesar disso, os grupos I e II foram discretamente coradas. Acredita-se que tenha sido algum problema com o kit e o protocolo passará por reajustes de acordo com o apoio técnico dos fabricantes e novas tentativas serão realizadas. |