“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17203

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Engenharia química
Setor Departamento de Química
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Luísa Filgueira Pengo
Orientador REJANE DE CASTRO SANTANA
Outros membros Arthur Vinícius Machado Rodrigues
Título Reologia de óleo bruto de microalga Scenedesmus obliquus BR003
Resumo O biodiesel é um biocombustível obtido a partir de reações de esterificação e transesterificação de ácidos graxos em ésteres alquílicos. As microalgas podem apresentar elevado conteúdo de material graxo, sendo uma alternativa à soja, matéria-prima tradicionalmente utilizada na produção de biodiesel. Porém, as propriedades do óleo bruto de microalga são escassas na literatura, em especial o seu comportamento reológico. A reologia impacta no dimensionamento de processos de produção e bombeamento, além de estar relacionado com a composição e microestrutura do fluido. Logo, o objetivo deste trabalho foi analisar o efeito da temperatura no comportamento reológico do óleo de microalga (Scenedesmus obliquus BR003) doado pelo Laboratório de Biocombustíveis da UFV e de óleo de soja refinado (marca ABC). Para isso, foram obtidas curvas de escoamento (0 e 1000 s-1) nas temperaturas de 5°C, 10°C e 15°C em reômetro de cilindros concêntricos (RHEOTEST® RN 5.1). O modelo de Ostwald de Waele (Tensão=k*(taxa de cisalhamento)^n) foi ajustado às curvas de escoamento, onde o valor de n é o índice de comportamento e k é o índice de consistência. A viscosidade (μ) a taxa de cisalhamento constante (200 s-1) foi avaliada entre 3°C a 80°C em uma rampa de resfriamento (0,77 ± 0,03 °C/min) seguida de uma rampa de aquecimento (4,9 ± 0,6 °C/min) com uso de banho termostático com circulação de água (RE206, Lauda). Os ensaios foram realizados em duplicatas. A viscosidade do óleo de soja refinado a 200 s-1 aumentou continuamente com a redução da temperatura de acordo com a equação ln(⁡μ)=0,01298+323,8/(T+61,55) com erro médio estimado de 0,07601 ± 0,0198, variando de 8,350 mPa.s a 80°C para 134,5 mPa.s a 3°C. Já o óleo de microalga sofreu um efeito maior da temperatura, variando de 6,500 mPa.s a a 80°C para 315,5 mPa.s a 3°C, de acordo com a equação ln⁡(μ)=0,1034+221,3/(T+37,13) com erro médio estimado de 0,07816 ± 0,0210. Além disso, observou-se um aumento expressivo da inclinação da curva (viscosidade versus temperatura) em temperaturas abaixo de 10,5°C. Tal fenômeno pode estar relacionado ao início do processo de cristalização do óleo de microalga nesta temperatura. Os ensaios realizados a temperatura fixa (5, 10 e 15°C) mostraram que o óleo de microalga apresenta comportamento não-Newtoniano. A pseudoplasticidade aumentou com a redução da temperatura, com índice de comportamento (n) igual a 0,673 ± 0,023, 0,718 ± 0,012 e 0,826 ± 0,00014 a 5, 10 e 15°C, respectivamente. Já o índice de consistência (k) diminuiu com a temperatura, sendo igual a 2645 ± 514, 1318 ± 189 e 337,3 ± 3,54 mPa.s a 5, 10 e 15 °C, respectivamente. Conclui-se que a reologia do óleo da microalga S. obliquus BR003 é influenciada pela temperatura, apresentando comportamento pseudoplástico entre 5°C e 15°C e maior efeito em temperaturas abaixo de 10,5°C devido, provavelmente, ao início do processo de cristalização. Tal fenômeno não foi observado no óleo de soja refinado.
Palavras-chave pseudoplástico, temperatura, cristalização
Forma de apresentação..... Vídeo
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