“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17177

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Comunicação
Setor Departamento de Comunicação Social
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Rita Cristina da Silva
Orientador RENNAN LANNA MARTINS MAFRA
Título AS ORGANIZAÇÕES MODERNAS E O CONTEMPORÂNEO: tensões entre diferenças, comunicação e acessibilidade afetiva
Resumo Problematizar a acessibilidade, nos ambientes relacionais das organizações, torna-se gesto urgente, sobretudo nos contextos contemporâneos em que pessoas com deficiência, a partir de uma luta histórica por equidade, dignidade humana e justiça, têm sido priorizadas como públicos por novas institucionalidades e legislações recentes. Sendo assim, o objetivo geral da presente pesquisa foi examinar as tensões entre diferenças, comunicação e acessibilidade em contextos organizacionais. O universo empírico escolhido foi a Universidade Federal de Viçosa (UFV), organização recentemente alterada em suas práticas, em 2018, pela legislação de cotas destinadas a estudantes com deficiência. Como marco teórico, o estudo mobiliza a compreensão da acessibilidade como uma disposição, antes de tudo, afetiva, indicadora de horizontes mínimos à hospitalidade de existências diferentes (PESSOA, 2019), em meio a inúmeras tensões presentes nos contextos contemporâneos, advindas de pulsões modernas (MAFRA, 2021). Além disso, mobiliza as categorias estéticas de aparência e diferença (ARENDT, 2007), e latência e presença (GUMBRECHT, 2014) na compreensão do aparecer de corpos sensíveis nos contextos comunicacionais das organizações. Como metodologia, o estudo se ancora na abordagem dos afetos (MORICEAU, 2019), a partir da qual uma relação de comunicação, no cerne da pesquisa de temas sensíveis, exige que as experiências e os contextos do pesquisador sejam incorporados: “sua capacidade de afetar e ser afetado coloca o pesquisador não em uma posição de estudo, mas de comunicação e essa comunicação precisa ser considerada eticamente” (MORICEAU, 2019, p. 27). Como resultados, a pesquisa narra experiências da estudante de graduação do curso de Comunicação Social-Jornalismo da UFV, primeira autora deste trabalho, ao entrar em interação sistemática com os ambientes organizacionais da UFV - seu contato com uma professora da Enfermagem, ainda como pessoa fora da universidade; sua entrada como estudante regular do curso de comunicação; suas experiências nos espaços físicos e interacionais da UFV. Nas narrativas apresentadas, foi possível compreender o quanto o aparecer de um corpo sensível faz também aparecer inúmeras latências nos ambientes organizacionais quanto aos horizontes mínimos à produção de uma hospitalidade às pessoas com deficiência, confirmando as formulações de Pessoa (2019). Como conclusão, a pesquisa aponta que a presença (ou a ausência) da acessibilidade afetiva é gesto comunicacional que define os modos de existências dignos (ou violentos) de uma pessoa com deficiência nas organizações. Com relação ao contexto investigado, a pesquisa também conclui que a universidade pode se configurar como um espaço frutuoso de trocas e de descoberta do diferente não apenas pela sua abertura em receber corpos sensíveis em seus espaços, mas na medida em que tais espaços sejam capazes de produzir uma disponibilidade para o encontro, a escuta e a afetação em suas relações cotidianas.
Palavras-chave acessibilidade, organizações, comunicação.
Forma de apresentação..... Vídeo
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