Resumo |
Na última década, a Spintrônica vem se consolidando como uma das áreas de grande interesse entre físicos teóricos e experimentais, devido à descoberta de novos fenômenos nanomagnéticos que possibilitam a geração, detecção e manipulação de correntes de Spin. O Efeito Seebeck de Spin (SSE), descoberto em 2008, descreve a geração de correntes de spin em filmes nanométricos de materiais ferromagnéticos (FM) devido à aplicação de um gradiente de temperatura, abrindo portas para o estudo de fenômenos caloritrônicos de spin. Para detectar o SSE experimentalmente, a corrente de spins gerada no material FM é injetada em uma camada adjacente constituída por um metal normal (MN) com forte acoplamento spin-órbita, que é capaz de converter correntes de spin em correntes de carga, por meio do Efeito Hall de Spin Inverso (ISHE). Esses dois efeitos spintrônicos podem ser observados em uma vasta gama de materiais, motivando diferentes aplicações tecnológicas. O experimento de SSE já está operacional no Laboratório de Materiais Avançados da Universidade Federal de Viçosa e as primeiras publicações já foram realizadas. Neste trabalho de iniciação científica, conseguimos realizar medidas iniciais de SSE em bicamadas compostas por filmes nanométricos de platina (Pt) crescidos sobre a granada de ítrio e ferro (YIG). O YIG é um isolante ferrimagnético (FMI), monocristal, que possui baixas perdas magnéticas e foi utilizado como material gerador da corrente de spin. Por outro lado, utilizamos a Pt como material detector de spin, por este metal apresentar forte acoplamento spin-órbita. Também estamos iniciando a realização de medidas de SSE em amostras de dissulfeto de molibdênio (MoS2), um dicalcogeneto de metal de transição, crescido pela técnica de Sputtering sobre YIG. Além disso, estamos buscando implementar outras técnicas de transporte e detecção de spin, tais como: a técnicas de ressonância ferromagnética e a magnetorresistência anisotrópica. As novas montagens experimentais estão sendo implementadas com a utilização de um gerador de funções de onda, um amplificação Lock-in, um eletroímã e fontes de corrente contínua. Por fim, estamos automatizando os novos aparatos experimentais utilizando a linguagem computacional LabVIEW, que possibilitará o controle total dos equipamentos envolvidos e aquisição precisa dos dados. É importante ressaltar que esta pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). |