“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17155

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Educação
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Paula Cristiane Trindade Gonçalves
Orientador MARIA ALICE FERNANDES CORREA MENDONCA
Título Mulheres agricultoras familiar: a construção de instrumentos de pesquisas em prol da equidade de gênero
Resumo As relações de gênero no processo de industrialização agrícola, colocam a mulher a cargo dos serviços domésticos e os homens a cargo das atividades com remuneração, sendo essa uma característica marcante da divisão sexual do trabalho (KERGOAT, 2003). Nesse contexto, o papel da universidade pode ser fomentar os debates acadêmicos e científicos pautados em evidências que ajudem a compreender a realidade social em sua complexidade. Minha pesquisa de mestrado, intitulada OS PAPÉIS DA MULHER AGRICULTORA FAMILIAR NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGROINDUSTRIAL: O TRABALHO PRODUTIVO, REPRODUTIVO E A CONDIÇÃO CAMPONESA, usa metodologias participativas de coleta de dados, a fim de compreender em profundidade os modos de vida de agricultoras familiares que trabalham no sistema de integração da avicultura. A pesquisa ocorre em parceria com o projeto de pesquisa-ação GENgibre (parceria entre pesquisadoras de Minas Gerais, São Paulo e do instituto de pesquisa da França -IRD), e está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Aqui, pretendo ressaltar o uso de metolodogias participativas nas ciências sociais para a reflexão sobre as desigualdades de gênero. Como instrumento metodológico para coleta de dados da minha pesquisa, o qual foi construído junto ao Projeto GENgibre, utilizo o Etnomapeamento da propriedade. O Etnomapeamento caracteriza-se como um mapa desenhado pelas mulheres agricultoras, com o apoio das pesquisadoras, indicando a localização dos espaços de cultivo e criações existentes na propriedade, ao mesmo tempo em que registram-se os conhecimentos das mulheres sobre os tempos e usos desses espaços. O Etnomapeamento visa caracterizar a divisão sexual do trabalho nos espaços da propriedade, na produção e nos fluxos econômicos dentro e fora da propriedade. Tal instrumento requer, de todas envolvidas na pesquisa, um olhar crítico, cuidadoso e investigativo sobre a realidade na qual essas mulheres se inserem. Ao final da coleta de dados, o mapa fica com a agricultora, como uma ferramenta de reflexão. A semelhança do que se tem feito com o uso das Cadernetas Agroecológicas (CTA-ZM) na região da Zona da Mata, o Etnomapeamento é um instrumento, para além da pesquisa, político-pedagógico. O contexto amplo desta pesquisa é refletir a construção de sistemas agroalimentares sustentáveis, que estabeleçam relações sociais mais justas e a inclusão socioeconômica de mulheres agricultoras nos espaços de visibilidade da sociedade.

REFERÊNCIAS
KERGOAT, Danièle. “Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo”. In HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; LE DOARÈ, Hélène; SENOTIER, Danièle (org.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: UNESP, pp. 67-75, 2009.
Palavras-chave Agricultura familiar, Gênero, Sistemas agroalimentares.
Forma de apresentação..... Painel
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