Resumo |
Introdução: A educação sexual na infância é fundamental no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes. Entretanto, o tema ainda se revela como um tabu entre muitas famílias as quais defendem que a educação sexual nesta fase incita a sexualização precoce e acabam por não ter um diálogo aberto com as crianças sobre o assunto. A literatura científica evidencia que é fundamental haver uma parceria multiprofissional, entre professores, psicólogos, enfermeiros e médicos, a fim de promover conhecimento e autonomia da criança sobre seu corpo e ensiná-la a reagir em casos de exploração sexual. Pensando nisso, o projeto de extensão Cuidando do Ursinho, promoveu na “Semana de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes” uma campanha educativa que contou com a contribuição de discentes de enfermagem e medicina, em escolas municipais. Objetivo: Relatar a experiência de participação na realização de campanha educativa de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Descrição das principais ações: Trata-se de um relato de experiência acerca de uma campanha educativa realizada pelo projeto de extensão Cuidando do Ursinho, em 6 escolas de ensino fundamental do município de Viçosa, na “Semana de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes” realizada entre os dias 17 e 20 de maio de 2022. Teatro, músicas, brincadeiras e desenhos foram as estratégias educativas utilizadas para ensinar as crianças de maneira didática e clara. A atividade central foi o teatro com ursinhos, que consistiu na exposição de quais eram as partes que ninguém poderia encostar, mas somente a mãe ou o pai para higienizar ou o médico para realização de exames; músicas curtas de conscientização sobre o tema, de fácil memorização e repetição; e atividades de fixação sobre quais são as partes íntimas. Resultados alcançados até o momento: Houve grande participação por parte das crianças. Ao final das atividades, ao serem questionadas sobre quais eram as partes em que não podiam ser tocadas, a maioria foi capaz de apontar e dizer que se alguém violasse seus corpos em qualquer ambiente contaria para a mãe, pai ou professora, os quais transmitiam segurança para a criança para compartilhar, principalmente, este assunto. Conclusão: A experiência gerou benefícios notórias logo após o encerramento das atividades, visto que ao iniciar a programação, muitas crianças não conheciam a nomenclatura correta dos órgãos genitais, e ao final, foram capazes de nomear suas partes íntimas, importante, principalmente, no intuito de reportar de maneira assertiva qualquer tipo de abuso ou constrangimento sofrido. Atividades de combate ao abuso e exploração sexual para o público infantil se fazem necessárias, para empoderar a criança sobre o que é abuso sexual e as maneiras que ele pode se manifestar, ajudando-as a se protegerem e saberem como agir em caso de violação. |