Resumo |
Introdução: A fitofotodermatose consiste em lesões causadas por contato com furocumarinos seguido da exposição aos raios ultravioletas, mais frequentemente encontrados no sol. Os furocumarinos têm ação fototóxica e estão presentes, entre outros, no limão e na figueira. Essa dermatose pode ser grave, causar queimaduras de terceiro grau, ter difícil tratamento, progredir com cicatrizes, manchas hipercrômicas, infecção secundária ou até mesmo morte. A localização da dermatite fototóxica é preferencialmente em mãos e colo e é uma dermatose comum que apresenta: ardor, eritema com distribuição atípica, vesículas , seguido de hipercromia que desaparece espontaneamente em algumas semanas. Os diagnósticos diferenciais são a celulite bolhosa, dermatite de contato alérgica , outras fotodermatoses, reações fototóxicas e queimadura solar química ou de calor. Além disso, algumas pesquisas associam o consumo de furocumarina ao aumento do risco de câncer de pele, principalmente o carcinoma basocelular. Objetivo: Esse trabalho tem o objetivo de esclarecer a população sobre os riscos de contato com furocumarinas presentes no limão e exposição solar ,com o intuito de diminuir a ocorrência dessa moléstia na população. Metodologia: As informações foram obtidas por meio da coleta de dados durante atendimento realizado em consultório particular em Viçosa-MG e estudo dos dados presentes em prontuário médico. Resultados: relato de caso de paciente, feminino, 22 anos, que relata surgimento súbito de máculas eritematosas, hipercrômicas, de limites bem definidos e bordas irregulares, na região do abdômen há 2 dias. Queixa de ardor na região e nega outros sintomas. Relatou contato com limão em um evento social há 3 dias onde o sumo da fruta espirrou no abdômen e posteriormente frequentou piscina. Hígida, sem outros achados significativos. Diante dos achados foi levantada a hipótese diagnóstica de fitofotodermatose e prescrito corticóide tópico de média potência e hidratantes. Conclusão: A fitofotodermatose é uma dermatose que pode ser evitada com ajustes comportamentais e educação em saúde. A paciente relatada evoluiu com hipercromias residuais no local das lesões. Ainda não houve resolução completa do quadro, permanecendo em acompanhamento dermatológico. O caso evidencia a necessidade de se divulgar e informar a população geral sobre os perigos do contato com furocumarinos seguido de exposição aos raios UV. Medidas de educação em saúde se mostram extremamente necessárias para evitar novos casos, já que, apesar de fácil prevenção, a dermatite fototóxica ainda tem alta prevalência na população e pode evoluir de forma desavorável. |