Resumo |
A bovinocultura de corte é uma atividade significativa no ramo da pecuária brasileira e para garantir um produto final de qualidade e a lucratividade desejada é necessário assegurar a produtividade do rebanho em cada fase, atendendo suas exigências nutricionais, sanitárias e reprodutivas. Em sistemas de produção intensificados têm-se feito o uso de aditivos para otimizar o desempenho produtivo dos animais, dentre esses produtos a utilização de produtos injetáveis têm aumentado, principalmente os chamados “blends” de vitaminas e aminoácidos que focam em vias metabólicas que melhoram o desempenho. Dessa forma, objetivou-se avaliar o uso de estimulador orgânico injetável no desempenho de novilhas Nelore a pasto. O experimento foi realizado na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Bovinos de Corte (DZO/UFV) onde foram utilizadas 39 novilhas com 24 e 36 meses médios, e peso vivo médio inicial de 372kg, com escore inicial de 5,3 (escala de 1 a 9, NRC 2000). Os animais foram distribuídos em dois tratamentos: controle e suplementadas com o aditivo injetável (produto comercial composto por aminoácidos glicogênios e cetogênicos em consórcio com vitaminas B1 e B6). Os animais foram alocados em quatro piquetes, com 4ha cada, e pasto constituído por Urochloa decumbens, dotados de cochos cobertos e bebedouros. Todas as novilhas receberam semanalmente 6 kg de suplemento de forma infrequente (segunda, quarta e sexta-feira, 2 kg/dia de suplemento). O produto foi aplicado via intramuscular, em duas doses de 10ml cada, em um intervalo de 24 dias. Após 80 dias, os animais foram submetidos a pesagem para avaliar o ganho médio diário (GMD) e o ECC foi realizado por 3 avaliadores experientes utilizando notas de 1 a 9. Para todos os procedimentos estatísticos foi utilizado o procedimento PROC MIXED do SAS (version 9.4; SAS Institute Inc., Cary, NC, USA) adotando-se α = 0,05 como nível crítico para probabilidade de ocorrência do erro tipo I. Não foram observadas diferenças significativas (P > 0,05) no desempenho avaliado pelo peso final e GMD, e também sobre o ECC considerando o período de avaliação desse estudo. Portanto, conclui-se que o uso de estimulador orgânico injetável não é viável para otimização do desempenho, porém outros estudos que consideram vias metabólicas e fisiológicas devem ser realizados para avaliar de forma mais específica seu benefício. |