Resumo |
A ozonização é uma técnica que tem sido estudada como alternativa aos métodos tradicionais de sanitização de alimentos, como frutas e hortaliças. Espécies como o morango, despertam interesse por sua importância socioeconômica e propriedades antioxidantes. Além de ser amplamente consumido na forma in natura, grande parte da produção é destinada à indústria de alimentos, cosméticos e medicamentos. Os morangos, no entanto, são muito perecíveis e frequentemente expostos ao ataque de microrganismos patogênicos e deteriorantes. Os efeitos do ozônio, aplicado na forma gasosa e aquosa para sanitização de morangos, tem sido estudados nos últimos anos, implicando no aprimoramento da tecnologia e em precedentes para estudos sobre novas tecnologias de aplicação, dentre as quais a névoa ozonizada. Assim, este trabalho foi realizado em caráter exploratório, com objetivo de identificar as principais formas de aplicação do ozônio em morango, bem como os seus efeitos no produto. Realizou-se um levantamento bibliográfico de artigos científicos publicados nos últimos 20 anos. As plataformas de busca utilizadas foram: Scielo, Springer Link, Science Direct e Scopus Preview. As palavras-chave empregadas na busca dos artigos foram: “Ozone in strawberry”, “Post-harvest ozone of strawberry”. Os artigos foram contabilizados, salvos em um banco de dados e identificados de acordo com os autores e ano de publicação, finalidade da aplicação, estado do ozônio (gasoso, ou aquoso), concentração e tempo de exposição, condições de armazenamento (temperatura e umidade relativa), características analisadas e resultados obtidos. Os trabalhos localizados foram publicados entre os anos de 2003 e 2022, com maior volume de publicações nos últimos oito anos. Dos 31 artigos publicados, em mais de 50% analisou-se o ozônio na forma gasosa. Não existem relatos sobre uso de névoa ozonizada em morangos. Em geral, as concentrações do ozônio adotadas foram inferiores a 20 mg L-1. Os tempos de exposição variaram de 2,0 a 64,0 min, para ozônio gasoso e de 1,0 a 15,0 min, para ozônio em água. O armazenamento dos morangos foi predominantemente em ambiente refrigerado, com temperatura de 1 a 5°C e umidade relativa de 75 a 95%. Os autores dos artigos indicaram que o uso de ozônio resultou em menor perda de massa e manutenção do teor de compostos fenólicos e de características como firmeza, sólidos solúveis totais, pH, acidez total titulável, vitamina C e coloração, estendendo assim, a vida de prateleira. Verificou-se que o ozônio é eficaz no controle de microrganismos, principalmente do fungo Botrytis cinerea e das espécies de bactérias Escherichia coli e Salmonella enterica. A imersão dos morangos em água ozonizada reduziu consideravelmente, resíduos de agrotóxicos. As informações encontradas na literatura indicaram que o ozônio gasoso ou aquoso tem potencial para aplicação em morangos, para aumento da vida de prateleira e controle de microrganismos patogênicos e deteriorantes |