Resumo |
A Lawsonia intracellularis é uma bactéria intracelular obrigatória, Gram-negativa, que infecta as células da cripta intestinal e agente etiológico de uma síndrome denominada enteropatia proliferativa equina (EPE). Clinicamente, cursa com diarreia, perda de peso, edema generalizado e cólica, principalmente em potros recém-desmamados. Objetivou-se com esse estudo compilar dados relacionados a epidemiologia, sorologia e soroprevalência dos relatos científicos da EPE. O estudo seguiu a metodologia não clínica PICos, onde P(população): potros; I(intervenção): diagnóstico sorológico ou PCR e Co(contexto): fazendas ou haras. A literatura médica foi consultada pelo banco de dados eletrônicos da plataforma PuBMed. Os termos de busca aplicados foram: “Lawsonia intracellularis equine” e “EPE”. A seleção dos artigos levou em consideração o título, o resumo e uma análise crítica baseada no PICos. Não foram utilizados: comentário clínico, capítulos de livros/revista, artigo de revisão, textos que não foram possíveis o acesso do arquivo completo na íntegra e aqueles que não atenderam ao PICos. Ao final da seleção, 6 artigos com data de publicação entre 2009 e 2022 contemplaram os requisitos. Desses, foram extraídos os dados de diagnóstico sorológico e/ou molecular utilizado, idade dos animais, soroprevalência e fatores predisponentes. Os casos analisados estavam distribuídos em fazendas na Coreia do Sul, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e Holanda. O método sorológico mais utilizado foi o teste de imunoperoxidase em monocamada de células (IPMA) para identificação de animais previamente expostos e um estudo utilizou o teste de imunoabsorção enzimática de bloqueio (bELISA). Como método molecular, o qPCR das fezes ou de swab retal foi o de eleição, associado ou não ao IPMA. A idade dos animais positivos variou de 2 a 9 meses. Para realização dos testes diagnósticos os animais foram selecionados após suspeita clínica ou por escolha aleatória. Os resultados sorológicos positivos variaram de 32,6 a 100%, enquanto os resultados positivos utilizando qPCR variaram de 0 a 52,5% de modo que, 100% das fazendas estudadas apresentaram pelo menos um caso positivo. Como fator predisponente apenas um dos estudos indicou o acometimento após o desmame e em dois artigos os animais selvagens foram relacionados à transmissão do agente. A presente revisão sistemática indica ampla disseminação do agente nas propriedades de equino mundiais, que animais selvagens podem ser disseminadores do agente etiológico e, ainda, permite o entendimento epidemiológico que animais jovens seriam a faixa etária mais susceptível a infecção e apresentação clínica da doença. |