Resumo |
O Brasil está entre os países mais emissores de gases de efeito estufa do mundo e assumiu o compromisso para a redução de suas emissões. Uma das formas de remover os GEES é por meio dos plantios de neutralização. Diante deste cenário, os estudos de quantificação do estoque de carbono das espécies florestais nativas são importantes para auxiliar na escolha daquelas com maior potencial de neutralização em área de restauração. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o estoque de carbono de espécies florestais em plantio de neutralização do Programa Carbono Zero aos 114 meses de idade. A área de estudo está localizada no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa, em que foi avaliado o plantio do ano de 2012 realizado para neutralizar as emissões de GEE da Semana do Fazendeiro. O plantio foi estabelecido em uma área de 1048 m², com 397 mudas de 28 espécies. A coleta de dados para estimar o estoque de carbono em 114 meses foi por meio do inventário florestal, coletando a altura (H - cm) com o Vertéx Laser 5 e a Circunferência à Altura do Solo (CAS – cm) com fita métrica. O CAS foi transformado em Diâmetro a Altura do Solo (mm). Para o cálculo do estoque de carbono foi utilizada a equação de Schumacher & Hall em que os parâmetros foram estimados com o software R, por meio de dados de cubagem não destrutiva de estudos anteriores na mesma área. A equação ajustada é Cij= [0,000000008734x(DAS1,892) x(H1,758)] em que Cij= Kg de carbono; DAS = diâmetro a altura do solo em mm; e H = altura em cm. A média geral de estoque carbono do plantio aos 114 meses foi de 15,84 Kg.indivíduo-1. As espécies que mais se destacaram com valores superiores à média foram Joannesia princeps, Inga laurina, e Anadenanthera colubrina var. Cebil. com 77,95 kg, 48,00 kg e 28,45 Kg, respectivamente. As três espécies pioneiras juntas estocaram 66,76% estoque de carbono médio (Kg) de todo o plantio de 2012. O pioneirismo destas espécies influenciou diretamente no estoque de carbono pelo rápido crescimento. Anadenanthera pavonina, Guarea tuberculata e Handroantuhus umbellatus foram as espécies menor média de estoque de carbono com 0,00682 kg, 0,14619 kg e 0,62813 kg. Plantas não pioneiras podem estocar, até, duas vezes mais carbono em estágios mais avançados de regeneração, porém em períodos curtos estocam menos. Assim, o estoque de carbono a curto prazo é feito pelas espécies pioneiras como J. princeps, I. laurina e A. colubrina var. Cebil e a longo prazo pelas não pioneiras como A. pavonina, G. tuberculada e H. umbellatus. |