Resumo |
A restauração de áreas, principalmente aquelas protegidas por lei e com uso alternativo, torna urgente, principalmente levando-se em conta o atual cenário de degradação da Mata Atlântica e crise climática . A revegetação dessas áreas contribui com diversos serviços ecossistêmicos, como controle da erosão, regulação do ciclo hidrológico, manutenção da biodiversidade, corredores ecológicos, estoque de carbono e mitigação das mudanças climáticas. Sendo assim, a recomposição florestal, evidentemente, é uma medida chave para garantir a sustentabilidade do bioma Mata Atlântica. O objetivo do trabalho foi validar, por meio de uma implantação demonstrativa, o custo de três técnicas de recomposição da vegetação nativa: Plantio Total de Mudas (PTM), Sistema Agroflorestal (SAF) e Regeneração Natural Assistida (RNA). A unidade demonstrativa (UD) foi implantada no Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais– campus Rio Pompa, na cidade de Rio Pomba-MG. A área da UD foi de 0,8 hectares, igualmente dividida entre as técnicas, em uma área de preservação permanente (APP). No tratamento 1 foi feito o PTM, que intercalou mudas de espécies arbóreas de recobrimento e diversidade, com o objetivo de resultar na substituição gradual ao longo do tempo. O espaçamento foi de 3x2 metros e o plantio foi realizado após o preparo da área com coveamento, roçadas e coroamento das mudas. Além disso, foi aplicado calcário, adubos e formicida, para garantir um melhor desenvolvimento. Já o segundo tratamento, o SAF, consiste na integração de árvores e espécies agrícolas diversificadas, onde se mantém a produção, promovendo maiores benefícios ambientais, econômicos e sociais. Neste caso foram plantadas espécies arbóreas, frutíferas, juçara, bananeira, café e gliricídia. A área também foi preparada para o plantio, da mesma forma que o PTM. O terceiro tratamento foi de RNA em que as espécies regenerantes foram conduzidas com o mínimo de intervenção possível, apenas para potencializar a habilidade natural destas. Foram feitas roçadas e coroamentos em torno dos regenerantes e aplicação de adubo e formicida. Essa é uma técnica que se baseia na natureza e possui um bom custo-benefício para ganhar escala na recomposição da vegetação. Feita a análise financeira de cada técnica, chegamos ao valor total por hectare (R$/ha) para cada um dos tratamentos. O PTM teve um custo de R$ 15.872,24ha-1; o SAF de R$ 13.141,12 ha-1 e RNA de R$ de 2.440,59ha-1. A análise financeira e a popularização dessas técnicas de recomposição florestal são extremamente importantes para os proprietários rurais e os gestores municipais, para que eles tenham autonomia e segurança para atuarem em prol da restauração. A RNA se mostrou uma técnica simples e de baixo custo, porém é mais lenta no processo de recobrimento. O SAF se torna mais atrativo que o PTM uma vez que se espera um retorno financeiro mais rápido com a produção de espécies agrícolas, acabando com a iliquidez das culturas arbóreas perenes. |