“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17072

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Direito
Setor Departamento de Direito
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Joao Guimarães Ruiz Sant'Ana
Orientador LUIZ FILIPE ARAUJO ALVES
Título Notas sobre a recepção fenomenológica de Reale e a influência do mundo da vida em suas obras.
Resumo O projeto trata das matrizes do pensamento jurídico brasileiro e parte da necessidade atual de revalorização da cultura jurídica nacional, a qual não tem sido dada a devida atenção frente a importação acrítica das influências de outras nacionalidades. Ainda, para tal fim, terá como parâmetros para análise o que se pode observar como continuidade e originalidade das ideias jurídicas no Brasil. Em específico, há a tratativa sobre o autor Miguel Reale em algumas de suas principais obras, “Filosofia do Direito", "Teoria Tridimensional do Direito”, “Direito como experiência” e “Experiência e Cultura”. O procedimento metodológico foi pautado na reunião bibliográfica das obras supracitadas e também comparativo, entre estas e demais outras que visavam o segundo aspecto da pesquisa. A correlação e a influência da tradição fenomenológica sobre as teorias do pensador brasileiro, importando em perceber não só esta influência, mas também contribuições particulares de extrema valia para a área delimitada do Direito. Houve a busca, primeiramente, da recepção fenomenológica nas obras de Reale, que podem ser vistas, por exemplo, na utilização expressa de conceitos chave daquela corrente como, “consciência intencional” e “mundo da vida”. A partir da constatação inescusável de tal influência, a prioridade passou à percepção de como se correlacionava tais conceitos com as proposições do autor nas assertivas basilares da estruturação de sua tridimensionalidade e dialética de complementaridade do Direito, que comportam em si os chamados processos ontognoseológico e histórico-cultural. Assim temos que, o criticismo ontognoseológico de Reale, que vislumbra no processo cognoscitivo o sujeito e o objeto numa correlação implícita para que atinjam uma totalidade de sentido, e que ainda não se reduzem um ao outro, é autônomo perante a fenomenologia husserliana. Pois enxerga nesta uma verticalização do processo cognoscitivo a caminho da subjetividade transcendental, a sua percepção seria em caráter de horizontalidade entre os termos. Falta para Reale, na fenomenologia, uma de suas principais notas características, a dialeticidade dos termos, na relação de implicação-polaridade entre sujeito e objeto, esta que é, em seus próprios termos, sempre aberta, de modo que é da própria essencialidade do processo ontognoseológico a irredutibilidade e inesgotabilidade das possibilidades de correlação. Há dúvidas deste autor quanto à objetividade que Husserl expõe no modo de captação das essências dos fenômenos, posto que é inevitável a cada consciência intencional um conteúdo axiológico próprio. Afirma que os dados e fatos em uma experiência fenomenológica não podem ser apenas vislumbrados perante uma redução eidética, devendo esta captação ser posta em um sistema de referibilidade. Por fim, a recepção da fenomenologia por Reale lhe dá nova orientação e embasamento, de modo que tem novo substrato (mundo da vida) e vias para compreender o processo cognoscitivo.
Palavras-chave Miguel Reale, Tridimensionalidade do Direito, Fenomenologia
Forma de apresentação..... Vídeo
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