Resumo |
O Brasil é o maior produtor de café mundial, com mais de 50% da produção concentrada em Minas Gerais. A cultura enfrenta inúmeros fatores limitantes, incluindo o ataque dos nematoides das galhas (Meloidogyne spp.). O manejo de fitonematoides em culturas perenes, a exemplo do cafeeiro, é complexo e depende da identificação das espécies em áreas infestadas. Com o objetivo de identificar as espécies de nematoides das galhas dispersas em áreas de café no Cerrado mineiro e desenvolver um método molecular acurado desses patógenos, amostras de solo e raízes foram coletadas em lavouras sintomáticas em 16 municípios e foi desenvolvido um protocolo de diagnóstico molecular de M. exigua baseado na amplificação isotérmica mediada por loop (LAMP). As espécies encontradas foram M. exigua, M. paranaensis, M. incognita e M. arenaria, com maior prevalência das duas primeiras espécies. A diagnose das espécies nesta etapa do estudo foi feita pela eletroforese de isoenzimas, reação em cadeia da polimerase com primers específicos (PCR) e análise do padrão perineal de fêmeas. Meloidogye exigua foi a espécie mais comum, sendo encontrada de forma isolada ou em populações mistas com M. incognita e M. paranaensis. A espécie M. paranaensis foi encontrada em 13 dos 16 municípios avaliados, enquanto M. incognita teve menor prevalência e foi encontrado em populações mistas com outras espécies. A espécie M. arenaria foi encontrada apenas no município de Patos de Minas, em população mista com outras espécies. Na segunda etapa do projeto, foi desenvolvido um protocolo de identificação de M. exigua por meio de LAMP. Após desenho, seleção dos conjuntos de primers e ajuste das condições de reação, foi estabelecido um conjunto de quatro primers para diagnose de M. exigua (FIP, BIP, F3 e B3, alvo genômico: D2-D3 28S rDNA) e reação de 1h15min a 65°C). Assim, conclui-se que M. exigua, M. paranaensis, M. incognita e M. arenaria são espécies dispersas em cafeeiros no Cerrado mineiro, com prevalência de M. exigua. Além disso, um protocolo simples, rápido e acurado baseado em LAMP pode ser usado para a identificação de M. exigua. Toda a reação pode ser feita em pouco mais de 1h e usando banho-maria ou bloco de aquecimento, devido à necessidade de apenas uma temperatura para amplificação. Com isso, esse protocolo pode ser útil para identificação rápida, simples e acurada de M. exigua e servirá de ponto de partida para o desenvolvimento de outros métodos de diagnose de M. paranaensis e M. incognita. Agradecimento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. |