Resumo |
A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença debilitante e de mau prognóstico que afeta principalmente pulmões e coração. A HAP causa elevação anormal da pressão circulatória no pulmão, promovendo remodelação da vasculatura no órgão e insuficiência ventricular direita. Devido a gravidade dos danos, buscam-se alternativas terapêuticas, como o treinamento físico, para minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes de HAP. Pouco se sabe sobre os impactos sistêmicos da doença em outros órgãos muito vascularizados, como os testículos. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da HAP e do treinamento físico combinado (TFC) sobre a histomorfometria testicular de ratos Wistar. Os animais foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais (n=5/grupo), hipertenso exercício (HE), hipertenso sedentário (HS) e controle sedentário (CS). A HAP foi induzida em ratos HE e HS usando duas injeções intraperitoneais de monocrotalina (20 mg kg-1), com intervalo de uma semana entre elas. Doses equivalentes de solução salina foram injetadas em animais do grupo CS. Apenas ratos do grupo HE realizaram o TFC, combinando atividade aeróbica com treinamento resistido com cargas 5 dias/semana durante 4 semanas. O exercício aeróbico foi feito em esteira rolante, enquanto o treinamento resistido ocorreu em escada adaptada para ratos e cargas acopladas a cauda. Cada tipo de exercício foi realizado em dias alternados. Animais dos grupos CS e HS permaneceram em suas respectivas caixas neste período. A eutanásia ocorreu 30 dias após à primeira injeção de monocrotalina. Os testículos foram removidos, dissecados, fixados em solução Karnovsky e analisados quanto a características histomorfométricas (CEUA nº 02/2021). Imagens digitais do parênquima testicular foram obtidas usando microscópio óptico equipado com câmera digital e analisadas no programa Image J®. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk e teste t de Student, sendo as diferenças consideradas significativas quando p < 0,05. Os resultados foram expressos como média e desvio padrão. Animais HS apresentaram redução no percentual de compartimento tubular, epitélio seminífero e lúmen, bem como aumento na proporção de túnica própria e compartimento intertubular, em comparação com ratos CS (p < 0,05). Não houve diferença entre grupos HS e CS para parâmetros morfométricos, como diâmetros tubular e luminal e altura do epitélio (p > 0,05). Animais do grupo HE apresentaram altura do epitélio e proporção de compartimento tubular e epitélio seminífero maiores que o observado em ratos do grupo HS (p < 0,05). Já a proporção de compartimento intertubular e lúmen foi menor no grupo HE que em HS (p < 0,05). Não houve diferença entre os grupos HS e HE quanto aos diâmetros tubular e luminal (p > 0,05). Pode-se concluir que HAP alterou parâmetros estereológicos testiculares de ratos, sendo alguns parâmetros preservados em animais doentes submetidos ao TFC. |