“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17025

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Comunicação
Setor Departamento de Comunicação Social
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Júlia Teixeira Lourenço
Orientador HENRIQUE MOREIRA MAZETTI
Título Narrar a doença: limites e possibilidades da comunicação da dor em sites de redes sociais
Resumo Narrativas sobre o adoecimento ganham cada mais espaço na mídia. O que antes era uma vivência particular, muitas vezes escondida, hoje ganha dimensão pública nos perfis das redes sociais. Esta pesquisa, ao se debruçar sobre dois desses perfis de influenciadoras deficientes, analisa como as narrativas sobre a dor e o adoecimento são elaboradas em plataformas on-line.

O objetivo do trabalho é observar quais mudanças históricas e sociais permitiram a emergência das narrativas sobre o adoecimento, além de entender como esses relatos são desenvolvidos no ambiente da internet.

Para tanto, são discutidos trabalhos como os de Woolf (2016), que observa a ausência de representações sobre a doença na literatura do começo do século XX, e o crescimento dessas narrativas, como apontam Diedrich (2007) e Jurecic (2012). Além disso, abordamos as caraterísticas e dificuldades da comunicação da dor e da doença, a partir de Sontag (1978), Scarry (1987) e Bourke (2014).

O recorte das publicações foi definido dentro do universo das postagens mais recentes de ambas as influenciadoras, Paola Antonini e Lorena Eltz, escolhidas por sua notoriedade enquanto influencer amputada e portadora da doença de Crohn, respectivamente.

Foram coletadas as publicações que, de alguma forma, falavam sobre suas vivências com as condições. Uma vez selecionadas as postagens, elas foram classificadas em uma grade de análise. A grade foi construída a partir das tipologias de Frank (2013), que propõe: modelos ideais para narrativas de adoecimento (restituição, caos e busca) e modelos ideais de corpos (disciplinado, idealizado, dominante e comunicativo). A grade incorporou ainda distinções propostas por Diedrich (2007) sobre "a politização do paciente" divididas nas categorias de ideias, experiência, afeto e responsabilização individual.

Observamos que Paola e Lorena diferem nas formas de narrar suas vivências. A primeira se volta para para as narrativas de restituição e busca, onde procura-se recuperar ideais de vitalidade e saúde, a partir de um modelo de corpo idealizado e dominante, que serve de inspiração e se mostra forte e vigoroso.

Já na segunda influenciadora, as narrativas de busca e caos são as mais presentes, ao se dedicar a desmistificar a doença e ao mostrar os momentos mais viscerais da sua condição.

Além disso, em nenhuma das duas contas foram encontradas críticas em relação ao discurso ou à instituição médica, uma questão central na bibliografia consultada. As narrativas sobre o adoecimento seriam uma forma de restituir o controle do discurso sobre a dor e a doença para os pacientes. Contudo, Paola não cita o universo médico no recorte analisado e Lorena se coloca como alguém que segue e compartilha as indicações profissionais.
Palavras-chave Narrativas sobre adoecimento, política, Instagram
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
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