Resumo |
As perdas de solo e água via erosão diminuem a capacidade produtiva do solo, pois há remoção de sedimentos ricos em matéria orgânica, partículas reativas e nutrientes essenciais. Em regiões de relevo acentuado e alto índice pluviométrico, como as localidades onde se pratica cafeicultura na Zona da Mata Mineira, as perdas por erosão hídrica são maiores. Sendo assim, é de grande importância avaliar práticas conservacionistas de manejo de solo que sejam de fácil implementação, baixo custo e eficazes na mitigação do processo erosivo. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo avaliar e comparar a eficiência de diferentes plantas de cobertura nas entrelinhas no controle do escoamento superficial. O experimento está sendo conduzido em delineamento em blocos casualizados com 4 tratamentos e 3 repetições, em que foram implantadas mudas de Coffea arábica , cultivar Catuaí 44, no espaçamento de 0,50 m x 3,00 m. Cada bloco possui 3 metros de largura e 15 de comprimento, sendo composto por 36 plantas distribuídas em 6 linhas e 6 plantas em cada. As entrelinhas foram manejadas com os tratamentos, estabelecidos conforme a espécie/forma de manejo, sendo: (1) amendoim forrageiro Arachis pintoi; (2) plantas espontâneas; (3) Brachiaria Ruziziensis; e (4) solo completamente exposto via capina. Em cada tratamento, após chuvas foram coletados solo e água perdidos por escoamento superficial, utilizando coletores distribuídos em cada parcela experimental. Os dados parciais indicam que as perdas de solo e água foram maiores nos tratamentos (4), solo completamente exposto, nos mesmos períodos chuvosos de 2021 e 2022. No tratamento 4, coletaram-se, em média, cerca de 152m³/ha de água o que representa a perda de 3,5% no período chuvoso de 430 mm de janeiro a maio de 2021. Para o período chuvoso de 2022 obteve-se 120 m³/ha de água equivalente a 1,5% de perda dos 818 mm chovidos. Os demais tratamentos apresentaram perdas menores de água nos mesmos períodos chuvosos. Em 2021, obteve-se 0,16% de perda em (2) proporcional a 7,2 m³/ha de água, 0,05% em (3) correspondente a 2,5 m³/ha e 0,6% em (1) tendo 26 m³/ha coletados de água. Em relação às perdas de sedimento, o tratamento 4 também obteve maior índice. Coletaram-se cerca de 6,15 t/ha no período chuvoso de 2021 e 4,8 t/ha em 2022. As perdas de sedimentos para esses períodos chuvosos nos tratamentos 1, 2 e 3 foram mínimas, em média 0,4 t/ha, sendo 15 vezes menores do que no tratamento 4. Almeja-se a continuação da avaliação do experimento para comparar as perdas de sedimento, água e nutrientes em diferentes períodos chuvosos e assim identificar qual prática conservacionista é mais eficiente em reduzir tais perdas e então colaborar com a atenuação dos processos erosivos na cafeicultura de montanha. |