Resumo |
Os incêndios florestais se caracterizam como a combustão não controlada que se propaga livremente consumindo os combustíveis naturais, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos nos locais onde ocorrem. Em 1999, cerca de 12.000 hectares foram queimados somente nas Unidades de Conservação do estado de Minas Gerais, causando danos à flora e fauna dos ecossistemas, bem como o aumento da poluição atmosférica e emissão de CO2, contribuindo para as mudanças climáticas. Para a definição de um bom plano de proteção contra incêndios florestais, é necessário conhecer a susceptibilidade de uma área a ocorrência de incêndios. O objetivo do trabalho foi avaliar qual o risco de incêndios florestais em três parques nacionais do estado de Minas Gerais por meio de sistema de informação geográfica (SIG). O estudo foi desenvolvido com o uso do software livre QGIS, utilizando a Análise Hierárquica de Processos. Foram identificadas oito variáveis relevantes aos incêndios florestais: precipitação média anual, deficiência hídrica média anual, declividade, proximidade de estradas, uso e cobertura da terra, orientação das vertentes, temperatura média anual e altitude. Para cada variável de entrada no modelo foi definida uma função de pertinência que melhor descreve sua influência no risco de incêndio, para serem combinadas gerando o mapa final de risco de incêndios florestais em cinco classes para as três áreas de estudo, que são os Parques Nacionais da Serra da Canastra, Serra do Cipó e Cavernas do Peruaçu. A maior parte das áreas do Parque Nacional da Serra da Canastra e da Serra do Cipó foi classificada como de Baixo e moderado risco de incêndio florestal. Isso devido, principalmente, a um alto valor médio anual de precipitação, acarretando em um balanço hídrico positivo para a região. Já o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu apresentou em sua maior parte áreas de alto e muito alto risco, visto que o parque está localizado em uma região com uma média anual de temperatura maior e o valor médio anual de precipitação menor em relação as outras regiões, tornando a área mais propicia aos incêndios florestais. Pode-se concluir que a aplicação de SIGs é muito útil para a avaliação do risco de incêndios florestais em áreas naturais, principalmente as que estão localizadas dentro de Unidades de Conservação, para que possam ser feitas atividades de prevenção condizentes com o risco da localidade, sobretudo onde esse risco é elevado, devido a fatores intrínsecos a região, como bioma, temperatura, precipitação e características do relevo. |