Resumo |
O concreto asfáltico passa por várias fases até́ a sua aplicação no trecho: projeto; caracterização dos materiais; produção; controle de qualidade; execução e controle de aceitação. O controle tecnológico está inserido dentro deste ciclo, desencadeando enorme importância. Um equívoco na fase de controle pode gerar dois erros: o primeiro ligado ao produtor, em caso de não aceitação de um material; e o segundo afeta diretamente os usuários da via, em caso de aceitação de um material fora dos limites de projeto. O presente estudo avaliou os procedimentos de determinação de teor de ligante e granulometria de concretos asfálticos, utilizando o método de extração de ligante por centrifugação com o Rotarex. Nesta pesquisa foi utilizada uma amostra de concreto asfáltico, cuja graduação se encontra na faixa C da norma técnica ES 031 (DNIT, 2006), obtida via extração por sonda rotativa de um trecho viário denominado trevo do Gaspar, no município de Muriaé. A amostra possuía altura média de 223,1 mm e diâmetro de 98,7 mm, sendo a massa de 2.275,00 gramas. A amostra foi destorroada e posteriormente foi realizado o ensaio para a determinação da porcentagem de betume na mesma. O solvente utilizado foi a gasolina. Posteriormente à extração do betumo no equipamento Rotarex, a amostra de concreto asfáltico sem o betume foi submetida ao ensaio de peneiramento para determinação de sua curva granulométrica para determinar se a amostra estava de acordo com a norma técnica ES 031 (DNIT, 2006). A amostra de mistura asfáltica analisada apresentou teor de betume de 6,18% estando dentro dos limites máximo (9%) e mínimo (4,5%) conforme a norma técnica ES 031 (DNIT, 2006). O teor de betume encontrado deveria ser comparado com o teor de betume de projeto, sendo que este último é normalmente obtido com a metodologia de dosagem Marshall ou Superpave, o qual não foi fornecido, pois não havia um projeto que estabelecesse esse valor. A curva granulométrica da mistura asfáltica após a extração do betume ficou muito próxima do limite inferior da faixa C, conforme a norma técnica ES 031 (DNIT, 2006), apresentando dois pontos que se encontraram fora da área admissível: i) na peneira de 2 mm de abertura, passando 1,16% além do máximo permitido já considerando a tolerância e ii) na peneira de 0,42 mm de abertura, passando 2,18% além do máximo permitido já considerando a tolerância. Essas inconformidades mostraram que a amostra analisada apresentou, para essas duas aberturas de peneiras, tamanhos de grãos menores do que os tamanhos solicitados na norma ES 031 (DNIT, 2006). Portanto, verificou-se que a falta de um projeto adequado de dosagem de misturas asfálticas e de obediência às normas técnicas vigentes são ocorrências que podem prejudicar a melhoria da qualidade das vias no Brasil. |