“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16906

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Isabella Cristina Rosa Fernandes
Orientador ARTUR KANADANI CAMPOS
Outros membros Andrés Maurício Ortega Orozco, Bárbara Cristina Félix Nogueira, LEANDRO ABREU DA FONSECA, Lucas Drumond Bento
Título Prevalência de parasitas gastrointestinais em Didelphis aurita
Resumo Atualmente, temos visto um crescente número de casos de doenças infecciosas e a maioria delas possui caráter zoonótico. Os gambás de orelha-preta (Didelphis aurita) são animais sinantrópicos e, dessa forma, podem atuar na disseminação de patógenos tanto para seres humanos quanto para animais domésticos. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de parasitas gastrointestinais em Didelphis aurita. Entre março de 2021 e julho de 2022 foram capturados 35 gambás com uso de armadilhas Tomahawk, sendo 29 dentro dos recintos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e os demais em outros locais na cidade de Viçosa, localizada na Zona da Mata Mineira. As fezes foram coletadas em recipientes plásticos e transportadas para análise, que foi realizada no laboratório clínico do Departamento de Veterinária da UFV. As amostras foram analisadas pelos métodos de Willis e direto, com posterior visualização em microscópio óptico. Foi possível coletar fezes em 80,5% (29/36) dos indivíduos capturados, de ambos os sexos e diferentes faixas etárias (adultos e subadultos). Do total de animais avaliados, 100% (n=29) apresentaram pelo menos um parasita no material examinado. Entre eles, 96,55% (n=28) estavam infectados por helmintos e 82,7% (n=24) por protozoários. O helminto de maior prevalência foi Cruzia tentaculata com 89,6% (n=26). Também foram identificados ovos de Ancylostoma sp. (51,7%, n=15), Trichuris sp. (48,2%, n=14), Singamídeos e Spirudídeos (17,2%, n=4, cada um). Um animal (3,4%) teve ovos compatíveis com cestódeos e outro com trematódeos. Entre os protozoários, foram observados oocistos de coccídeos (65,5%, n=19) e cystoisospora (20,6%, n=6). Também em 20,6% (n=6) foram identificados protozoários do gênero Tetratrichomonas, provavelmente T. didelphidis, mas não foram realizadas análises confirmatórias. Cruzia tentaculata infecta com frequência gambás e pode produzir inflamação no trato gastrointestinal inferior, principalmente no ceco. Apesar da menor prevalência, a presença de Ancylostoma sp. é um achado importante do ponto de vista da saúde pública, visto que se trata de um parasita zoonótico, que traz prejuízos à saúde humana, podendo causar larva migrans cutânea, síndrome de Löffler, anorexia e diarreia, entre outros agravos. A presença de parasitas dos gêneros Trichuris, ascarídeos e protozoários, como cystoisospora, também é relevante, pois são patógenos que tem potencial zoonótico e que podem afetar a fauna doméstica, como cães e gatos. Este trabalho evidenciou que C. tentaculata é o parasita gastrointestinal de maior prevalência em D. aurita de vida livre. Também evidenciou o potencial deste gambá estar envolvido nos ciclos de parasitismo em ambientes urbanos e semi-urbanos, contribuindo para a disseminação de zoonoses. Com relação a protozoários, este seria o primeiro relato de T. didelphidis infectando D. aurita, no entanto, estes microrganismos devem ser isolados para uma melhor identificação.
Palavras-chave zoonoses, parasitas gastrointestinais, didelphis aurita
Forma de apresentação..... Painel
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