“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16903

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Pedro Yan Ozorio de Gouvêa
Orientador RICARDO ILDEFONSO DE CAMPOS
Outros membros Déborah Fantuzzi Lucas, Eduardo Brandão Nogueira Filho, Nádia Kroth
Título Efeitos da mineração de lítio sobre funções ecossistêmicas: um experimento testando risco de predação
Resumo Com o avanço da tecnologia, a mineração do lítio tem aumentado significativamente no mundo. Apesar de aparentemente menos danosa ao meio ambiente, o aumento da mineração de lítio pode gerar impactos negativos em organismos vivos, como a macrofauna do solo, e com isso afetar as funções ecossistêmicas desempenhadas por essa fauna. Dentre as principais funções desempenhadas pela macrofauna de solo tem-se a predação, que é responsável pela regulação da ciclagem de nutrientes ao longo da cadeia trófica. A partir disso, o objetivo do nosso trabalho foi tesar experimentalmente o impacto da mineração de lítio sobre a predação desempenada pela macrofauna de solo, utilizando aqui formigas e cupins como modelos biológicos de predador e presa. O estudo foi realizado no Vale do Jequitinhonha, município de Divisa Alegre – MG, onde foram estabelecidas cinco áreas: duas afetadas pela mineração, localizadas na empresa CBL (Companhia Brasileira de Lítio), denominadas Pilha 1 e Pilha 2 (pilhas de rejeito de lítio revegetadas) e três áreas não afetadas pela mineração, denominadas Capoeira Parque, Mata CBL e Mata Parque. Em cada área foram instaladas quatro parcelas de 15 m², distantes 10 metros uma da outra. Cada parcela foi dividida em quatro subparcelas, onde foram inseridas 12 estações, distantes três metros uma da outra. Cada estação recebeu uma folha de papel (10 x 15 cm) com um cupim vivo fixado com cola branca, totalizando 48 indivíduos por área. Cada estação foi observada durante 10 minutos e foram considerados predados os cupins que foram capturados, removidos ou mortos pelas formigas. Para comparar o risco de predação entre os tratamentos, realizamos uma análise de sobrevivência com distribuição Weibull e dados censurados, incorporando ao modelo um efeito aleatório (parcela) como fator de fragilidade, seguida de análise de contraste. Observamos que tanto a velocidade de predação (tempo até o cupim ser predado) quanto a porcentagem final de cupins predados foi menor nas áreas afetadas pela mineração (Pilhas 1 e 2 com 19 e 24 cupins predados respectivamente) quando comparada a áreas não afetadas (Capoeira Parque, Mata CBL e Mata Parque com 8, 11 e 14, cupins predados respectivamente) (χ² = 14.934; p = 0.004841). Estes resultados indicam que o rejeito de mineração de lítio pode estar influenciando características do habitat que são importantes para o equilíbrio do ecossistema. As alterações de habitat e a degradação do solo influenciam a disponibilidade de recursos, a estabilidade das populações e suas interações ecológicas. Em áreas afetadas, a alta mortalidade de cupins pode refletir a falta de recursos disponíveis para as formigas, sendo um indicativo de desequilíbrio e baixa qualidade ambiental em área mineradas. Dado que a função de predação está mantida, estudos futuros devem focar em responder se áreas afetadas pela mineração de lítio podem estar influenciando a estabilidade e resiliência das redes tróficas.
Palavras-chave Mineração, serviços ecossistêmicos, macrofauna do solo
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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