Resumo |
Apontada como um dos cinco mais importantes hotspots de biodiversidade, a Mata Atlântica é um bioma que sofre, historicamente, com a pressão antrópica, restando menos de 12% de sua cobertura original. Nos fragmentos de Mata Atlântica, a serapilheira é um importante compartimento e pode ser compreendida por todo material depositado no solo por sua cobertura vegetal composto por folhas, frutos, caules, frutos e sementes, além dos resíduos animais. Estudos de produção e deposição de serapilheira são importantes indicadores do estágio de conservação e regeneração de florestas e podem ser usados para análise de ciclagem de nutrientes e avaliação da dinâmica dos ecossistemas. Assim, o objetivo deste estudo foi quantificar a produção de serapilheira de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual no município de Viçosa, Minas Gerais. O estudo foi realizado em um fragmento florestal de Mata Atlântica em estágio médio de regeneração, com área total de 17 hectares, conhecido como Mata da Silvicultura. A coleta da serapilheira foi realizada em 20 parcelas de 10x10 m, em fevereiro de 2022, com o auxílio de um gabarito de 1m² colocado na extremidade de cada parcela. Após a coleta, a serapilheira foi levada para laboratório onde foi seca em estufa a 55°C até peso constante sendo feita, assim, sua pesagem. Em seguida, o material foi classificado em quatro classes de tamanho, sendo a classe 1 todo material até 0,8 cm, a classe 2 de 0,8 cm a 1,7 cm, a classe 3 de 1,7 cm a 2,6 cm e na classe 4 entrou o material acima de 2,6 cm. O fragmento teve um produção média de 142,08 kg.ha⁻¹. A parcela 19 foi a que apresentou o maior peso seco total de 346,63 kg.ha⁻¹. Essa parcela teve a maior produção de serapilheira nas classes 1, 2 e 3, com 196,58 kg.ha⁻¹, 53,62 kg.ha⁻¹ e 49,74 kg.ha⁻¹, respectivamente. Já na classe 4, houve um destaque para a parcela 12, com produção de 167,68 kg.ha⁻¹. A parcela 14 foi a que apresentou menor produção total de serapilheira, com 59,44 kg.ha⁻¹. Essa parcela teve a menor produção na classe 1, com 53,53 kg.ha⁻¹. Na classe 2, a parcela 3 foi a que teve a menor quantidade de material depositado, com 1,50 kg.ha⁻¹. As parcelas 9, 10 e 17 não tiveram produção de serapilheira na classe 3, assim como as parcelas 3, 4, 5, 7, 8, 10, 14, 15, 17 e 18 não tiveram produção de serapilheira na classe 4. Dessa forma, conclui-se que as parcelas apresentaram uma grande variação de produção de serapilheira, sendo que essa diferença pode ser devido a distintos fatores bióticos e abióticos, necessitando assim de estudos mais aprofundados sobre o tema. |