Resumo |
Introdução: A dengue é uma doença viral de grande relevância epidemiológica no Brasil, sendo causada pela infecção com o vírus dengue (DENV). O espectro clínico de avaliação é bem amplo, incluindo quadros oligossintomáticos até os mais graves, que podem evoluir para óbito. Atualmente, há cerca de 400 milhões de casos/ano no mundo, dos quais aproximadamente 22 mil resultam em morte. A transmissão do DENV se dá, principalmente, pelos mosquitos do gênero Aedes spp., sendo descritos quatro sorotipos para esse patógeno (DENV-1 ao DENV-4). O material genético do DENV consiste em uma molécula de RNA fita simples, polaridade positiva, codificando três proteínas estruturais (proteína E, prM/M, C) e sete proteínas não-estruturais (NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b e NS5). A proteína E encontra-se no envelope viral e possui três domínios (DI, DII e DIII), sendo o DIII muito imunogênico e, portanto, promissor para o desenvolvimento de uma possível vacina. Objetivo: Transformar a levedura K. phaffii com o gene que codifica o DIII da proteína E de DENV-4, para expressão heteróloga desta proteína, visando a obtenção de um candidato vacinal. Metodologia: A levedura K. phaffii foi incubada com o plasmídeo pPICZαA-EDIII-D4, o qual continha o gene responsável por codificar o DIII da proteína E do DENV-4. Esse plasmídeo recombinante também carrega o gene que confere resistência ao antibiótico Zeocin, sendo utilizado durante a seleção das leveduras transformadas. Logo após, foi realizada a transformação através da técnica de eletroporação, visando permitir a integração do plasmídeo ao genoma da levedura. A levedura transformada foi então plaqueada em meio de cultura YPDS, contendo 100 µg/ml do antibiótico Zeocin, e incubada em uma temperatura de 30 °C até o aparecimento das colônias. As colônias selecionadas foram submetidas à técnica de PCR com primer AOX1. Resultados: O PCR confirmou a transformação em cinco colônias de levedura, por meio da detecção de bandas com cerca de 1000 bp, tamanho esperado com o primer utilizado na reação. Leveduras não transformadas foram usadas como controle negativo, as quais não apresentaram amplificação no PCR. Conclusão: A transformação genética da levedura K. phaffii foi realizada de forma eficiente, e as próximas etapas serão a produção da proteína recombinante, caracterização e avaliação da imunogenicidade in vivo. |