Resumo |
A Unidade de Atenção Especializada em Saúde (UAES) é um importante componente do sistema de saúde público secundário para a microrregião de Viçosa/MG e funciona em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Essa unidade, além de oferecer atendimentos multidisciplinares, tem função de ensino e frequentemente é um espaço para pesquisas que buscam caracterizar o perfil de pacientes e orientar políticas públicas. Nesse sentido, a pesquisa intitulada “Enfrentamento das doenças crônicas no contexto da pandemia pelo coronavírus: os desafios na atenção secundária em saúde no SUS”, realizada na UAES, levantou, entre outras informações, dados sobre exposição a fatores de risco cardiovasculares modificáveis nessa população. Esse trabalho objetiva avaliar a frequência de fatores de risco cardiovasculares modificáveis na população assistida pela UAES. Trata-se de um estudo transversal, do tipo observacional, realizado através da aplicação e análise de questionários semiestruturados, realizada entre os meses de julho e novembro de 2021. Foram entrevistados 482 pacientes, número encontrado com base no cálculo amostral realizado no programa OpenEpi, e avaliados parâmetros sociodemográficos, clínicos, estilo de vida, saúde mental e hábitos durante a pandemia pela COVID-19. As análises descritivas foram realizadas no programa STATA 13, por meio dos testes de Qui-quadrado e Mann Whitney. Dos entrevistados, 78,22% eram mulheres, com idade média de 44,58 anos e 21,78% eram homens, com média de 50,14 anos. Dentre os dados obtidos, destaca-se: tabagismo, presente em 14,97% dos pacientes; sedentarismo, em 57,68%, e nível de atividade física no lazer < 150min/semana relatado por 70,12%. Entre as comorbidades, diabetes esteve presente em 22,20%, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em 40,04% e dislipidemia em 27,80% dos entrevistados. Uso de bebidas alcóolicas foi relatado por 35.34% dos voluntários e o Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 27.32Kg/m². Com esses dados é possível concluir que há uma incidência importante de fatores de risco cardiovasculares modificáveis entre os pacientes assistidos pela UAES, principalmente HAS e sedentarismo. Outros fatores, como o uso de bebidas alcóolicas e o sobrepeso/obesidade também são uma preocupação nesse sentido. Assim, fica claro que existe espaço para ações de saúde que busquem controlar ou corrigir esses parâmetros. |