Resumo |
INTRODUÇÃO: Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) podem apresentar desfechos negativos graves, desde baixo desempenho escolar e socialização com os pares conflituosa até mortalidade aumentada. O Cloridrato de Metilfenidato (MFD) é um fármaco derivado anfetamínico de primeira escolha no TDAH. OBJETIVOS: Avaliar a percepção de melhora clínica do TDAH em crianças da pesquisa intitulada “Níveis de BDNF e perfil oxidativo/inflamatório de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) antes e após uso de Metilfenidato”. METODOLOGIA: Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética (número 4.364.744). Estudo realizado na Unidade de Atenção Especializada em Saúde (UAES/UFV) em Viçosa-MG. Critérios de inclusão: crianças de 6 a 14 anos virgens de tratamento. Para avaliação da melhora, é usada a escala de impressão clínica global (Clinical Global Impressions – CGI), que permite ao avaliador registrar a gravidade do transtorno e sua melhora com o tratamento. A escala varia de 1 a 8, sendo dividida em escala de severidade (avaliada antes do tratamento) e de melhora (avaliada após 4 e 8 semanas de tratamento) e pontuada por psiquiatra infantil especialista em TDAH. Os dados são registrados na plataforma REDCap, um software desenvolvido para coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa. RESULTADOS: Até o momento, 82 crianças foram incluídas na pesquisa, sendo que 54 e 41 foram registradas, respectivamente, na quarta e na oitava semanas de acompanhamento. Em 4 semanas, na escala de severidade, 14 (25,9%) foram classificadas como severidade moderada, 6 (11,1%) como acentuada, 10 (18,5%) como grave, 8 (14,8%) como extremamente grave e 16 (29,6%) não foram avaliadas. Na escala de melhora, 15 (27,8%) pontuaram como “muito melhor”, 10 (18,5%) como “moderadamente melhor”, 9 (16,7%) como “levemente melhor”, 5 (9,3%) como “sem alterações”, 1 (1,9%) como “levemente pior” e 14 (25,9%) não foram avaliadas. Em 8 semanas, na escala de severidade, 13 (31,7%) foram classificadas como severidade moderada, 4 (9,8%) como acentuada, 9 (22,0%) como grave, 8 (19,5%) como extremamente grave e 7 (17,1%) não foram avaliadas. Na escala de melhora, 13 (31,7%) pontuaram como “muito melhor”, 11 (26,8%) como “moderadamente melhor”, 4 (9,8%) como “levemente melhor”, 7 (17,1%) como “sem alterações”, 1 (2,4%) como “moderadamente pior” e 5 (12,2%) não foram avaliadas. CONCLUSÕES: O uso de MFD nos pacientes com TDAH resultou melhora clínica em 55,3% dos casos avaliados pela pesquisa em 4 semanas e em 68,3% em 8 semanas. Contudo, a quantidade de pacientes não avaliados pela escala foi de 25,9% e 12,2% em 4 e 8 semanas, respectivamente, o que interfere na análise dos resultados. Além disso, essas porcentagens não consideram a gravidade da doença inicial ou a adesão ao tratamento com a medicação. Ainda assim, os benefícios com o uso de MFD e a diminuição dos desfechos negativos causados pelo TDAH são evidentes na maioria dos pacientes. |