Resumo |
INTRODUÇÃO: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento, cujos sintomas precisam estar presentes antes dos 12 anos de vida. As alterações comportamentais e de atenção observadas no quadro, impactam não só a vida do paciente, mas também de seu cuidador primário. OBJETIVO: Verificar a prevalência e comparar os dados de percepção de melhora dos sintomas de TDAH pelas crianças e pelos responsáveis participantes da pesquisa intitulada: “Níveis de BNDF e perfil oxidativo/inflamatório de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) antes e após tratamento com Metilfenidato”. METODOLOGIA: A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética (n° 4.364.744). Para esse trabalho foram analisados os dados de percepção de melhora após 4, 8 e 12 semanas de uso de Metilfenidato (MFD), por meio da elaboração de uma folha de acompanhamento clínico padronizado para registrar informações relativas à adesão, ao perfil de efeitos colaterais e à observação de melhora clínica pelo paciente, responsável e médico. Em relação à percepção de melhora avaliada, temos a pergunta (“Percepção de alguma melhora? ”), que possui três possibilidades de resposta (sim, não e não soube informar) e uma escala de 0-10 para especificar o grau de melhora dos sintomas observado. RESULTADOS: Até o momento foram coletados os dados de 54 (4 semanas), 41 (8 semanas) e 30 (12 semanas) pacientes de 6 a 15 anos incompletos. Em 4 semanas, 70,4% (38) das crianças e 81,5% (44) dos responsáveis responderam que houve melhora dos sintomas de atenção e/ou hiperatividade, impulsividade, descontrole emocional, 16,7% (9) das crianças e 14,8% (8) dos responsáveis responderam que não e 13% (7) das crianças e 3,7% (2) dos responsáveis não souberam informar. Em 8 semanas, 68,3% (28) das crianças e 85,4% (35) dos responsáveis responderam sim, 24,4% (10) das crianças e 14,6 (6) dos responsáveis responderam não e 7,3% (3) das crianças não souberam informar. Em 12 semanas, 80% (24) das crianças e 100% (30) dos responsáveis responderam sim, 10% (3) das crianças responderam não e 10% (3) não souberam informar. CONCLUSÃO: Os dados obtidos até a presente fase do estudo demonstraram alta prevalência de melhora dos sintomas após o uso de Metilfenidato, principalmente após 12 semanas de tratamento, tanto na percepção do paciente, quanto do cuidador. Essa alta resposta ao medicamento, confirma o alto poder de eficácia dos estimulantes no tratamento de TDAH, já relatado pela literatura. Contudo, é possível notar discordância considerável entre as respostas das crianças e dos responsáveis, sendo a percepção destes últimos, mais sensível. Por se tratar de um transtorno externalizante, é esperado esse padrão diferente de percepção de melhora, já que a criança apresenta baixa autopercepção do problema, mesmo cursando com grande impacto em sua vida e levando, por vezes, a desfechos negativos a curto e longo prazos. |