Resumo |
Dentre os estresses bióticos, insetos fitófagos causam muitos prejuízos para a produção de tomate. Uma das principais pragas é a mosca branca (Bemisia tabaci) e os danos causados pelos adultos e pelas ninfas desta praga podem ser diretos e indiretos. O dano direto consiste na sucção de seiva e injeção de toxinas, que influenciam no desenvolvimento da planta, na capacidade de produção e na qualidade do produto final. Já os danos indiretos são devidos a transmissão de fitoviroses (geminivírus: Tomato yellow vein streak vírus) e a fumagina (Capnodium sp.). Com informações obtidas a partir do Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH-UFV) sobre resistência a insetos pragas é necessário que sejam disponibilizadas para que produtores e pesquisadores possam aplicar no campo. Diante disso, o objetivo é determinar à resistência a mosca branca em acessos de tomateiro S. lycopersicum L. do BGH-UFV, além disso, facilitar o acesso à informação da resistência para melhor escolha do pesquisador e produtor. Foram realizados experimentos no campo experimental da Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaíba e no Laboratório de Pesquisa em Horticultura. Os acessos testados foram adquiridos no BGH-UFV e como testemunhas foram utilizados o híbrido comercial Dominador e a variedade Santa Clara. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Durante a instalação do experimento foram liberados na parte central da casa de vegetação adultos de mosca-branca provenientes da criação, para posteriormente avaliar os números de adultos/planta, ovos/planta e ninfas/planta. Também foi avaliada a causa da resistência a partir dos parâmetros avaliados. Detectou-se diferenças significativas no número de adultos do biótipo B de mosca branca com um (F(103, 208)=3,32; p<0,0001) e quatro (F(103, 208)=3.37; p<0,0001) dias após a infestação entre os acessos do BGH-UFV. Também, verificou-se que em alguns acessos existem diferenças na densidade de adultos da mosca branca entre as duas amostragens. O acesso do BGH-UFV com maior número de adultos/planta após um dia de infestação foi o BGH-1497. Dos 103 acessos (BGH-UFV) de tomateiro avaliadas, 30 e 66 tiveram menores densidades de adultos aos um e quatro dias após a infestação do biótipo B de B. tabaci, respectivamente. Dentre os 103 acessos 55 tiveram as menores densidades de ovos/planta, 65 com menor número de ovos/adulto, 38 obtiveram menores densidades de ninfas/planta e 79 acessos possuíram menores densidades para a característica ninfas/ovo. Destes acessos de tomateiro os BGHs-225, 327, 630, 813, 985, 2029, 2055, 2057, 2060, 2062 e 2068 estiveram sempre entre os menos atacados por B. tabaci para todas as características avaliadas. Portanto, concluiu-se que a resistência dos BGHs-UFV a B. tabaci é governada por fatores genéticos dos acessos. Uma vez que a variabilidade genética das plantas pode estar associada com o grau de virulência de uma espécie praga. |