Resumo |
Este projeto de extensão teve como objetivo compreender como as mulheres quilombolas da comunidade Buieié de Viçosa\MG acessam e se apropriam das tecnologias da comunicação e informação (TICs). Fizemos um questionário para entender o perfil dessas mulheres e suas condições de acesso, uso e apropriação das TICs. Participaram 10 mulheres, entre 13 a 58 anos. Elas fazem parte da Feira Quilombola Buieié e do Buieié Projeto Social, coletivos da comunidade. A atividade foi entre fevereiro e abril de 2022 para que pudéssemos planejar a atividade de extensão: oficinas de literacia para mídia digital. Com os questionários constatamos que a maioria delas possuia celulares, no entanto sabiam utilizar somente as funções principais, como receber chamadas,fazer e ver postagens no Facebook e receber e enviar mensagens no WhatsApp. Depois desse levantamento preliminar,organizamos uma roda de conversa para o planejamento das oficinas. O principal objetivo das oficinas era reduzir as dificuldades no manuseio dos celulares para maior aproveitamento das tecnologias. Considerando que a apropriação das TICs por essas mulheres poderiam dar maior visibilidade à venda dos alimentos, estimular a produção de conteúdos midiáticos sobre a comunidade e suas demandas ( assistência social, saúde etc). As informações ajudaram a traçar os melhores caminhos no trabalho do letramento digital. Organizamos atividades dialógicas que aconteceram em vários locais, espaço de encontro do coletivo e nas casas das participantes, onde havia comexão à internet. Foram realizadas oficinas de Canva, Fotografia, WhatsApp e Facebook Business. Por último, de vídeos para o Instagram. Essas atividades contribuíram para que as mulheres tivessem mais autonomia em suas atividades, visto que no quilombo são elas que estão à frente dos coletivos lutando pelos seus direitos, enquanto comunidade remanescente de pessoas escravizadas. As meninas e mulheres relataram que as oficinas ajudaram muito no processo de apropriação das TICs e suas funcionalidades. Algumas mesmo com pouca escolaridade conseguiram entender que precisamos estar sempre nos alfabetizando digitalmente para nos inserirmos na sociedade,aumentando nossa renda e produzindo conteúdos, sobre a nossa comunidade, Muitas das mulheres participantes já estão fazendo suas postagens, criando conteúdos midiáticos. Este processo de educação contribuiu para empoderar e transformar a vida das mulheres. |