Resumo |
O “Francês para Todos” é um projeto de extensão cuja atividade final consiste no oferecimento de aulas de francês para alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, bem como como professores e funcionários que atuam em escolas públicas. O projeto teve início em maio do presente ano e é financiado por recursos do projeto nacional Idiomas sem Fronteiras (Rede Andifes - IsF), sendo as aulas ministradas por bolsistas ou voluntários, graduandos e pós-graduandos do curso de Letras, da habilitação Português/Francês da Universidade Federal de Viçosa. Aliam-se, dessa forma, dois objetivos principais: a democratização do ensino de língua francesa na cidade de Viçosa e a formação inicial e continuada do professor de francês como língua estrangeira (FLE). As aulas oferecidas no projeto de extensão são elaboradas conjuntamente pelos próprios bolsistas e voluntários do projeto, sob a orientação da professora-coordenadora (uma docente do Departamento de Letras da UFV, autora do projeto e responsável pela área de francês no Nucli-IsF-UFV). Conforme dito acima, as turmas atendidas no “Francês para Todos” são compostas por alunos da Educação Básica e/ou profissionais que atuam nesse contexto, os quais demonstraram interesse em participar do curso introdutório no momento da divulgação do projeto nas escolas. Assim sendo, nosso público é bastante heterogêneo no que tange à faixa etária e também aos objetivos no que concerne ao aprendizado da língua francesa. Destarte, nesta apresentação trazemos relatos de experiência de dois professores do projeto que atuam com públicos distintos: um grupo de pré-adolescentes, alunos que possuem entre 12 e 17 anos, e um grupo composto por professores e funcionários, ou seja, alunos maiores de idade. Nosso objetivo é discutir acerca das diferenças de andamento das aulas oferecidas, mesmo estando baseadas em um mesmo plano de ensino. Essas diferenças colocam em evidência a pertinência da extensão universitária e de projetos que favoreçam a relação teoria x prática na formação inicial do professor (SCHÖN, 2000; TARDIF, 2019; PERRENOUD, 2012; ALARCÃO 2011), bem como a necessidade de se conceber e reconhecer o ensino como trabalho (AMIGUES, 2004; MACHADO, 2004), posto que o professor não é apenas um reprodutor de materiais e conteúdos; ele é responsável pela criação, seleção e/ou adaptação de materiais didáticos que atendam às necessidades do público com o qual atua, considerando as características e motivações de seus aprendizes (QECRL, 2018). Assim, através das experiências pessoais de dois professores do projeto, graduandos em Letras, apresentaremos os primeiros resultados do curso de francês oferecido, sob a perspectiva do trabalho desses discentes-professores em formação: os desafios encontrados, as possibilidades, as melhorias a serem efetuadas no material didático, dentre outros aspectos que tocam a atividade pedagógica, considerando especificamente o projeto de extensão aqui mencionado. |