Outros membros |
Adriana Filó de Almeida Vieira, Beatriz Ibrahim Miranda Antunes, Danilsy Cornélio Pereira, Isaac Andres Mora Obando, João Victor Chaves Silva, Julia Porto Ramalho, Luciana da Cunha Arruda, Victória Kanadani Campos Poltronieri |
Resumo |
As vaginites e vulvites se configuram como inflamações da vagina e vulva. Tais quadros não são tão frequentes nas fêmeas bovinas, devido ao tipo de epitélio presente na genitália externa, produção de anticorpos locais e ácidos láticos. Quando ocorrem, caracterizam-se por hiperemia da mucosa vaginal e presença de exsudato catarral ou mucopurulento. O diagnóstico se baseia na observação dos sinais clínicos, vaginoscopia e avaliação citológica, onde é possível observar a presença de grande número de polimorfonucleares em casos positivos da afecção. O objetivo deste trabalho é relatar a resposta terapêutica ao tratamento com dois diferentes protocolos em fêmea bovina acometida por vaginite. Foi atendida no hospital veterinário do Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, uma fêmea bovina da raça Nelore, de aproximadamente 20 meses, pesando 370kg. O proprietário relatou a presença frequente de corrimento vulvar viscoso. Ademais, relatou que a fêmea era submetida ao constante uso de implantes vaginais de progesterona. O diagnóstico foi realizado por meio de vaginoscopia e observação dos sinais clínicos/histórico. Optou-se pelo tratamento inicial com pastilhas efervescentes de tetraciclina (Ginovet-Vetnil, Louveira, São Paulo, Brasil) na concentração de 1g/tablete. Previamente a aplicação do fármaco, a fêmea foi contida em tronco adequado para espécie e seu períneo higienizado com água e solução antisséptica. O canal vaginal foi lavado com soro fisiológico (NaCl a 0,9%) com auxílio de sonda bivona até a retirada total do exsudato presente na mucosa. A aplicação da pastilha foi realizada a cada 24h durante 7 dias. Após transcorridos 10 dias do término do tratamento com antimicrobiano, o reaparecimento dos sinais clínicos foi observado. Logo, optou-se pela aplicação de soro fisiológico ozonizado na concentração de 9,36ppm. Para tanto, 500mL de solução NaCl foram submetidos a ozonização por microborbulhamento por 10 minutos (OZONE & LIFE) a 56mg L-1 de ozônio (O3) na taxa de ¼ fluxo de oxigênio. A solução foi utilizada para lavagem do canal vaginal. A recorrência dos sinais clínicos foi observada 5 dias após aplicação do soro ozonizado. Estudos bacteriológicos da secreção vaginal de bovinos afetados por vaginites indicam que não há crescimento significativo de bactérias, indicando se tratar predominantemente de um processo inflamatório. Dessa forma, o uso de terapias bactericidas nem sempre resultam na remissão dos sinais. |