Resumo |
A madeira pode ser utilizada como componente estrutural e não estrutural em edificações, sendo utilizada no setor da construção civil por possuir boas propriedades físico-mecânicas. Entretanto, devido a sua natureza biológica pode ocorre algumas limitações em seu uso e alterações em suas propriedades tecnológicas, caso essa seja atacada por organismos xilófagos e/ou exposta ao fogo. Atualmente, diversos produtos e tratamentos são estudados e aplicados na madeira a fim de solucionar as limitações supracitadas. Todavia, muitos destes possuem dentro de sua composição substâncias altamente tóxicas ao meio ambiente e ao ser humano. Com isto, surge como alternativa, o extrato pirolenhoso, que é um coproduto gerado a partir da carbonização ou degradação térmica da madeira, que já vem sendo utilizado no mercado agrícola no tratamento de doenças causadas por fungos e bactérias em plantas. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo avaliar a eficácia do extrato pirolenhoso como agente antimicrobiano e na avaliação do crescimento do fungo Trametes Versicolor. A fim de avaliar a atividade microbiológica foi testado em placas de petri com BDA a aplicação de EP na concentração de 10%, 20% e 30% e controle, com e sem tampa para que fossem simulados dois ambientes distintos, com três repetições. A aplicação de EP foi feita por gotejamento com pinceta após a solidificação do BDA, e avaliado através de fotos, durante 6 semanas. Para ensaios da madeira tratada com EP submetido ao fungo apodrecedor, foi utilizado as mesmas concentrações de 10%, 20% e 30% do EP seguindo as diretrizes da ASTM D-2017. O método de tratamento foi pincelamento, e a madeira submetida à colonização fúngica em placas de petri por 6 semanas. Ao final, foram retiradas e obtida a massa seca em estufa e calculada a perda de massa. Como resultado, observou-se que o tratamento controle e o com 10% de EP apresentou atividade de microrganismos nas duas situações. Já os tratamentos de 20% e 30% de EP nos dois ambientes não apresentou atividade, tendo em vista que este potencial pode ter ocorrido pela presença do ácido acético e furfural que estão presentes no EP, constatado através da análise de CG-MS. O mesmo ocorreu para o ensaio com fungo, em que o mesmo ocorreu contaminação, foi observado maior perda de massa para amostra controle e com 10% de EP. Assim, é possível concluir que o extrato pirolenhoso foi efetivo em relação aos organismos xilófagos devido a composição química do EP, e eficácia a partir da concentração de 20%. |