Resumo |
Introdução: dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2020 e Vigitel 2019, mostraram que a Hipertensão Arterial (HA) e o Diabetes Mellitus (DM) são doenças de maior prevalência no cenário brasileiro, com 24,5% e 7,4%, respectivamente. Mudanças no estilo de vida, alimentação saudável e prática de atividade física são fatores essenciais para manejo adequado dessas doenças. Dentre esses fatores, destacamos o consumo alimentar, determinante para o desenvolvimento e alteração na ação destas enfermidades. Objetivo: analisar o consumo alimentar, em indivíduos com diagnóstico de HA e/ou DM atendidos pela Atenção Primária à Saúde (APS). Metodologia: estudo transversal, realizado com 42 indivíduos acompanhados pela APS do município de Piranga, MG, com diagnóstico de HA e/ou DM. Para coleta de dados, foi utilizado um questionário semiestruturado e adaptado para a população de interesse, contendo questões sociodemográficas, de condições de saúde e/ou doença, histórico familiar e de ingestão alimentar. A Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Diastólica (PAD) foi aferida no momento da coleta e, os parâmetros bioquímicos, obtidos por meio de prontuários físicos da unidade de saúde. Toda a coleta foi feita por indivíduos previamente treinados e capacitados. A análise estatística se deu pela análise descritiva das variáveis de interessa para o estudo com posterior regressão linear múltipla. Todas as análises foram realizadas no software SPSS. Resultado: com as análises descritivas dos dados analisados, constatamos que a maioria da população de estudo é do sexo feminino (66,7%), aposentados (54,8%), com renda de 1 a 2 salários mínimos (40,5%) e são casados (47,6%). A média de glicemia de jejum da população de estudo foi de 99,4 mg/dL e de PASxPAD de 152x88. Pela análise do consumo alimentar, observa-se que não há intenso consumo de alimentos processados/ultraprocessados, mas sim bom consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como salada crua, legumes cozidos e frutas frescas. Portanto, pela regressão linear, é possível observar que o aumento do consumo de frutas frescas, em 1 unidade, diminui a glicemia em 4,10 (p=0,04). Por outro lado, ao consumir 1 unidade de hambúrguer ou bolacha salgada, a glicemia aumenta 17,6 e 3,4 respectivamente (p=0,03 e p=0,04). Conclusão: a alimentação saudável possui efeito positivo nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis, sendo adotada como forma de tratamento não medicamentoso. Portanto, é de suma importância que nutricionistas que atuam na APS incentivem indivíduos diagnosticados com DM e HA, bem como outras DCNT, a alimentar-se principalmente com alimentos in natura ou minimamente processados, consumir moderadamente alimentos processados e evitar alimentos ultraprocessados como recomenda o Guia Alimentar para a População Brasileira. Ressaltamos ainda que, o tratamento deve ser acompanhado por uma equipe capacitada, para que as medidas de controle e monitoramento possam ser feitas de forma associada e complementar. |