Resumo |
A pandemia de COVID-19 causou alterações drásticas no estilo de vida de pessoas no mundo inteiro, como adoção de máscaras, distanciamento público e restrição social. Mudanças nos hábitos alimentares da população, em decorrência da mudança no estilo de vida, também foram verificadas. Pensando na qualidade microbiológica dos alimentos e na segurança do consumidor, são investigadas novas e eficientes tecnologias que atendam a esses critérios. Dentre essas novas tecnologias, destacam-se as embalagens ativas antimicrobianas. Considerando a insegurança dos consumidores em relação ao risco de se contaminar com coronavírus via alimentos e/ou embalagens de alimentos e que, nesse contexto, embalagens antimicrobianas poderiam ser um grande aliado na luta contra o vírus, o presente trabalho propôs investigar se os consumidores brasileiros têm conhecimento sobre a existência de embalagens ativas antimicrobianas e como eles percebem a aplicação dessa tecnologia no contexto da pandemia de COVID-19. Foi realizada uma pesquisa on-line com 288 consumidores, através da plataforma Google Forms®, no período de 28 de novembro de 2021 a 30 de março de 2022. O questionário consistia em seis questões sociodemográficas e doze questões específicas sobre embalagens ativas e COVID-19. Os dados obtidos foram tabulados e analisados estatisticamente pelo programa livre R, onde foram aplicados testes qui-quadrado para verificar se as variáveis estavam ou não associadas. Os respondentes foram predominantemente da região Sudeste do Brasil (91,7%), do gênero feminino (62%), com idade entre 18 e 24 anos (36,5%). Foram encontradas correlações significativas entre o “interesse de compra” e o “conhecimento sobre a existência de embalagens ativas antimicrobianas” e, também, a dependência entre o “interesse de compra/consumo desses produtos após a pandemia do COVID-19” com “o quanto estaria disposto a pagar a mais por um produto embalado em embalagem antimicrobiana”. Constatou-se ainda uma correlação significativa entre o “medo de se contaminar com COVID-19 por meio de alimentos e/ou embalagens de alimentos” com “sensação de segurança ao comprar/consumir um alimento embalado em embalagem antimicrobiana”. Além disso, cerca de 67% dos respondentes, quando questionados se comprariam um produto com embalagem ativa, responderam “talvez, a depender do produto ou do preço”, e 61,1% dos participantes responderam que estariam dispostos a pagar a mais no produto por essa embalagem. Os resultados indicam que os consumidores percebem as embalagens antimicrobianas como uma ferramenta de proteção contra COVID-19 e existe interesse em utilizar produtos com essa tecnologia. No entanto, é válido ressaltar que o preço é fator decisivo para o consumo, uma vez foi considerado o principal fator de escolha na hora de compra. Portanto, sugere-se que embalagens ativas sejam aplicadas em produtos diferenciados e de custo mais elevado, em que o consumidor já está disposto a pagar a mais. |