“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16669

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro UFV
Primeiro autor Júlia Maria Nogueira Silva
Orientador LUCIANE ISABEL RAMOS MARTINS
Outros membros Alana Balbueno, Letícia Souza Sampaio, Maria Clara Brasileiro Silvério, Maria Eduarda Martins Cardoso, Nathanny Rosa Dias
Título Linhas da memória: a prática do bordado na Comunidade Quilombola do Buieié, tecendo o combate à violência de gênero
Resumo Este trabalho trata-se de um relato de uma das ações extensionistas desenvolvidas pelo Eixo Formação, componente do Programa Casa das Mulheres, através do projeto “Agentes de enfrentamento à violência contra as mulheres em Viçosa-MG: proposição da constituição de uma rede de vigilância e solidariedade” (2022). O projeto tem como objetivo a formação de mulheres que desejam atuar, de forma voluntária e solidária, como agentes de enfrentamento à violência de gênero no município. A formação se dá por meio de oficinas e rodas de conversa acerca de diferentes temas, como a Lei Maria da Penha, patriarcado, relações étnicas-raciais, entre outros. Em um dos locais de atuação do projeto, a Comunidade Quilombola do Buieié, utilizamos a prática do bordado como instrumento de aproximação das mulheres da comunidade, com vistas a oportunizar o aprendizado em grupo sobre a técnica e proporcionar um espaço seguro de interação, expressão e afeto. Os encontros foram realizados conforme os andamentos dos temas debatidos e levados para a discussão, nossas reuniões pautavam-se na escuta ativa e trocas relacionadas ao contexto dos moradores da comunidade, tendo como base de reflexão leituras relativas à questão racial e de gênero, através de pensadores como Abdias nascimento (1980) e Lélia Gonzales (1984). Iniciamos a prática artística com a proposição da técnica de desenho e posteriormente o bordado, visando uma aproximação dos membros da comunidade com o espaço. Os desenhos foram feitos pelos moradores a partir de suas perspectivas históricas, culturais e de vida na comunidade quilombola e, mais adiante, foram bordados para a construção de uma obra coletiva intitulada “Linhas da memória”. O título da obra busca instigar o resgate à memória e as percepções do quilombo por parte dos participantes e, através da pespectiva do projeto, dialogar com a questão de enfretamento à violência contra as mulheres em Viçosa. Este trabalho justifica-se a partir do interesse social e coletivo no que diz respeito às mudanças sociais que tange o combate à violência de gênero e sua superação, tendo como meio de diálogo e incorporação a técnica do bordado na comunidade quilombola mediante sua cultura, arte e história. De maneira que o objetivo central deste relato intenciona a sensibilização e entendimento sobre o combate da violência de gênero, a valorização e potencialização do quilombo enquanto um espaço de trocas artísticas, reflexivas, sociais e culturais. O trabalho possui como metodologia o relato de experiência, através de informações coletadas com as participantes e mediadoras das oficinas realizadas. Como resultado e conclusão, a discussão compreende que o uso e incorporação da arte enquanto uma ferramenta de criação/expressão e a valorização da cultura e história dos quilombolas enriquece discussões sociais importantes no que refere-se ao combate a violência de gênero e a luta coletiva contra essa violência enraizada no contexto histórico-social brasileiro.
Palavras-chave Quilombo, Arte, Gênero
Forma de apresentação..... Vídeo
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