“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16656

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Economia doméstica
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Ana Luiza dos Santos
Orientador MARIA DAS DORES SARAIVA DE LORETO
Outros membros Edna Lopes Miranda
Título A educação como instrumento tecnológico no controle da violência feminina e sua transmissão intergeracional, para a qualidade de vida
Resumo A violência contra a mulher é uma forma de discriminação e violação de direitos humanos que traz consequências graves para a vida da mulher, com expressivo impacto na sua saúde e de seus filhos. O objetivo geral desta pesquisa foi examinar o cenário e condições da violência contra a mulher, fatores de risco e proteção, bem como as repercussões da educação, através do Programa Mulheres Mil (PMM), no controle da violência e sua transmissão intergeracional, visando a melhoria da qualidade de vida. No entanto, em decorrência da pandemia de Covid-19, adotou-se como novo objetivo: examinar o cenário da violência contra a mulher na região Sudeste e Nordeste do Brasil, recorrendo-se a uma pesquisa censitária, proveniente dos bancos de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS/2018) e da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019), visto que não foi possível realizar a pesquisa de campo com as egressas do PMM. Diante deste panorama, buscou-se caracterizar o perfil das mulheres vítimas de violência doméstica nas regiões estudadas, utilizando-se informações referentes a faixa etária, raça/cor e escolaridade da vítima. Os resultados apontaram que, quanto à tipificação da violência, tanto na região Sudeste, quanto na região Nordeste, pode-se perceber que, as mulheres que sofreram violência doméstica tiveram como principal forma de agressão aquela conceituada como física, seguida pela violência psicológica e moral. Além disso, o companheiro foi o principal agressor, sendo, na maioria das vezes, agredidas dentro do seu próprio lar, onde se espera que haja um ambiente de acolhimento. Quanto a faixa etária, as mulheres de ambas as regiões, de modo geral, se encontram na faixa de 20 a 29 anos, o que está dentro da faixa etária em relação à média nacional. Já com relação a raça/cor, constatou-se que a maior predominância foi das que se auto declararam negras e pardas, seguidas das mulheres brancas. Desta forma, constatou-se que, as mulheres negras (raça/cor preta) são consistentemente mais vitimadas pela violência doméstica. No que se refere a escolaridade da vítima, os dados mostraram a predominância do ensino médio completo, seguido por ensino fundamental incompleto. Entre as vítimas de violência doméstica, é maior a proporção de pessoas com menor escolaridade. Este dado aponta que, a carência de um nível educacional gera falta de informações e de formação suficiente para que as mulheres possam lidar com situações adversas em seu cotidiano familiar. Parece haver uma associação imediata entre violência doméstica e desenvolvimento educacional e social, uma vez que os resultados encontrados nas duas regiões analisadas colaboram com a problematização de que a violência doméstica diminui com o nível de escolaridade da mulher ao lhe proporcionar autonomia nas tomadas de decisões (CARMO, 2019, CORSETTI; LORETO, 2017). Desta forma, concluiu-se que a educação se configura como um instrumento de controle da violência contra a mulher, dificultando sua transmissão intergeracional.
Palavras-chave Violência doméstica, Programa Mulheres Mil, Educação
Forma de apresentação..... Painel
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