Resumo |
As fraturas de ossos longos são afecções muito comuns na rotina clínica de pequenos animais. No trabalho de doutorado intitulado “Membrana de hidroxiapatita e policaprolactona na regeneração de fraturas com perda óssea” foram feitas análises de regeneração óssea comparando grupos em que a membrana de hidroxiapatita e policaprolactona foi aplicada pela técnica de Regeneração Tecidual Guiada em defeito ósseo na diáfise distal do rádio. Essas análises foram realizadas através da Microtomografia Computadorizada (MicroCT), que é o padrão ouro para avaliação de arquitetura tridimensional do osso trabecular e quantificação de parâmetros diversos. A partir desse trabalho, observou-se a necessidade de melhor padronização das análises por MicroCT, uma vez que a avaliação radiográfica mostrou diferenças não demonstradas por dados quantitativos da técnica microtomográfica. Fator que pode influenciar os resultados foi assim investigado no presente trabalho, a padronização da ROI (região de interesse), que influencia na mensuração de porcentagem de osso novo nas amostras. Partindo deste ponto, foram testadas quatro metodologias de mensuração de formação de tecido ósseo novo utilizando o software CTan para processamento das imagens. Estabeleceu-se a imagem que melhor representava o centro do defeito ósseo (total de 8mm) e a partir dela determinou-se dois tamanhos de defeito para aumentar a precisão dos dados obtidos. Sendo assim, o grupo “Tamanho 1” representava +4 mm e -4mm a partir da imagem determinada como meio do defeito e o “Tamanho 2” abrangia +3 mm e - 3mm a partir da mesma imagem. Dentro de cada um dos dois grupos, estabeleceram-se dois subgrupos. O grupo ROI elipse padronizado (Volume de Interesse 1) e o grupo ROI ajustado não padronizado (Volume de Interesse 2), seleção ajustada para cada defeito. Sendo assim, as quatro metodologias analisadas foram as combinações T1V1, T1V2, T2V1, T2V2. Para avaliação das metodologias foi utilizada ANOVA 2 critérios e para avaliação da diferença entre os grupos, com cada metodologia, foi realizado Kruskal-Wallis seguido de SNK. Avaliação histológica caracterizou os tecidos presentes. Para avaliação das metodologias, foi observado efeito tanto do tamanho do defeito (p<0,01) quando do volume de interesse (p<0,01) para o parâmetro volume ósseo apenas no grupo controle e efeito do volume de interesse para o parâmetro volume ósseo/ volume total em ambos os grupos (p<0,01). Para o parâmetro superfície óssea, foi observado efeito do tamanho apenas para o grupo controle (p<0,05). Não foi observada diferença significativa entre grupo tratado e controle com nenhuma metodologia. A avaliação histológicao mostrou osteoblastos ativos em grande número no grupo tratado. Considerando as avaliações histológica e dos parâmetros e morfológica da MicroCT, conclui-se que as duas metodologias que melhor demonstraram as diferenças entre os grupos foram T1V1 e T2V2. |