“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16562

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação
Setor Departamento de Educação
Bolsa PET
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Thamiris Cristina Gomes
Orientador CRISTIANE APARECIDA BAQUIM
Outros membros Camila Gomes Nicácio, Melissa Patrício Oliveira
Título Análise do filme “que horas ela volta” na perspectiva teórica de Pierre Bourdieu.
Resumo Este trabalho apresenta uma análise a partir de pesquisa que está sendo realizada tendo como aporte teórico a obra de Pierre Bourdieu, tendo como objeto de reflexão o filme brasileiro de 2015, “Que horas ela volta”, estrelado pela atriz Regina Casé, que vive a personagem Val, uma empregada doméstica. O filme explicita os conflitos impostos pela hierarquia de classes sociais, quando a filha de Val decide ir para São Paulo tentar o vestibular. Relacionar as teorias do sociólogo Bourdieu com as cenas retratadas no filme, é uma forma de refletir como este dialoga com o modelo de reprodução que o teórico evidenciou por toda sua trajetória. Para além disso, o objetivo é tornar notório como as desigualdades influenciam diretamente não apenas nas escolhas, mas também nas oportunidades, especialmente as educacionais, caminhando de acordo com o capital cultural e econômico que permitem e, por vezes, impõem que o indivíduo perpetue as condições de existência de sua classe social. A metodologia utilizada para elaborar este trabalho, partindo da pesquisa teórica, foi assistir o filme 8 vezes e selecionar cenas que representassem exemplos de desigualdades (minutos 32:15; 51:00; 56:03; 59:23; 01:09:31; 01:31:00), relacionando-os com os conceitos bourdienianos. Bourdieu, em sua obra “A Reprodução”, em co-autoria com Jean Claude Passeron, explica a reprodução das relações de força na sociedade, desmistificando a realidade na qual a escola se encaixa, sendo uma das instituições que mais reproduz violências. Analisando sobre essa base teórica, o filme, apresenta a realidade de uma mulher nordestina, que vai para São Paulo para ser babá e doméstica, deixando sua filha Jéssica no Ceará para ter condições de sustentá-la. Essa personagem Val é descrita pelos empregadores como sendo “quase” da família, porém, na realidade, ao longo do filme é exemplificado dramaticamente como esse “quase” é uma ironia, e ela está sempre sendo submetida a se colocar em seu lugar de doméstica, que dorme nos fundos do seu trabalho. Uma série de conflitos sociais começa a ocorrer quando Jéssica, hospedada na casa dos patrões de Val, não aceita ser tratada como empregada ou ser subordinada a ter os mesmos comportamentos da mãe, o que gera um drama que explica muitas das teorias de Bourdieu. Dentre os conceitos teóricos analisados, destacamos: violência simbólica; capital cultural e econômico; a reprodução das classes pelas forças econômicas; equidade, habitus e campo. Toda a análise realizada nos permite concluir como o capital econômico e social pode interferir drasticamente nas oportunidades de um indivíduo que só tem uma forma de mobilidade social, os estudos. A perspectiva teórica de Pierre Bourdieu e Passeron expõe como a desigualdade de oportunidades coloca a equidade, muitas vezes, como uma utopia dentro do próprio processo de escolarização, pois o percurso, o campo e o habitus não possibilita que todos tenham os mesmos direitos e oportunidades de emancipação.
Palavras-chave Desigualdade, filme, Bourdieu.
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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